Com as alterações realizadas pela Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) de Goiânia na última quarta-feira (13), na Região da 44, muitos comerciantes e clientes dividiram opiniões para acessar a região comercial. O debate deste Super Sábado (16) trouxe à tona a discussão.

O diretor de comunicação e divulgação da Associação Empresarial da Região da 44 (AER 44), Lauro Naves, reclama de falta de orientação no local e destaca a dificuldade que os ônibus têm de chegar à região.

“Não somos contrários às intervenções, mas elas precisam ser feitas de forma adequada e no momento adequado. Nesta semana recebemos muitos ônibus, que tiveram muitas dificuldades de chegar à Rua 44. Os clientes atacadistas vêm de diversos estados brasileiros. Muitos chegaram aqui e pra acessar a 44, ficou impossível. Tivemos que mobilizar equipes nossas dos shoppings para poder orientar os ônibus a como chegar na 44, porque a prefeitura não disponibilizou agentes para fazer esse trabalho”, relata.

O principal acesso à Rua 44 pela Marginal Botafogo, sentido Norte, era pela Rua 67. O motorista que se deslocava pela Rua 227 também ficou impedido de chegar à região comercial. No sentido Sul da marginal, a Rua 301 também foi fechada.

Ouça a íntegra do debate, com a apresentação de Rubens Salomão

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Transtornos

Um agravante da semana foi a chuva da última quinta-feira (14), cujos estragos acabaram interditando a Marginal Botafogo nos dois sentidos, no trecho entre a Rua 67-A e o viaduto da Avenida Anhanguera. Agora, os condutores só chegam à Rua 44 pela Avenida Independência, pela Alameda Contorno ou via Avenida Goiás Norte. Mas ainda assim é importante que o motorista conheça um pouco a região. Enquanto isso, lojistas reclamam de prejuízo.

“Nosso prejuízo é imenso, em função de não atender adequadamente o nosso turista de compra, pelos quais nós precisamos zelar. Esse turista de compra traz um grande volume de receita para o nosso município. Nossa perspectiva para dezembro é gerar em torno de R$ 850 milhões em comercialização naquela região. É impossível falar em não receber esse turista com qualidade. Com um primeiro impacto de um trânsito desordenado, já fica insatisfeito. O caos está armado na região”, frisa Naves.

Falta de sinalização

O diretor de comunicação e divulgação da AER 44 reconhece a presença das equipes da SMT e também do titular da Pasta, Fernando Santana, no dia das alterações na quarta-feira (13), mas avalia que foi momentâneo. A falta de placas de sinalização, com as alaranjadas, segundo Naves, também dificulta a circulação e o acesso à região.

O professor do Câmpus Goiânia do Instituto Federal Goiano (IFG) e especialista em trânsito Marcos Rotten diz que as mudanças afetam a rotina da população.

“É uma irresponsabilidade muito grande. Quem mexe com o trânsito tem que entender que mexe com a vida das pessoas. É preciso fazer um planejamento, ver os efeitos colaterais, dar opção. Em Goiânia, muda-se o trânsito e não dá opção, a pessoa fica perdida. Com a interdição da Marginal Botafogo (em julho) foi assim também”, analisa.

Ainda segundo Rotten, não houve planejamento para efetuar as alterações no trânsito da Região da 44. Ele pontua que o correto seria reunir as partes interessadas para discutir as mudanças, com a presença de um técnico especialista.

“É preciso sentar com os envolvidos, fazer um plano. Os envolvidos são os comerciantes, moradores, as empresas de ônibus, de carga, para atender a todos esses interesses. É preciso prever situações, fazer algo amplo, que agrade a todo mundo. Que todo mundo ceda um pouco, mas que todos ganhem bastante. Em outros lugares, isso é feito. Por que aqui não?”, reitera.

Temporário

As mudanças no trânsito da Rua 44 devem permanecer até o final de dezembro. No local são esperadas 200 mil pessoas por dia. Já a interdição da Marginal Botafogo será enquanto durarem as obras de recuperação. O titular da Seinfra, Fernando Cozzetti, falou em sete dias para o fim dos trabalhos.

A produção da Rádio 730 entrou em contato com a SMT para participação no debate deste Super Sábado, mas a Pasta não confirmou presença para discutir o assunto.

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