21 de Janeiro de 2007. O Goiás anunciou o meia sérvio Dejan Petkovic como grande contratação para a temporada, que reservava ao Goianão, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e a Série A do Campeonato Brasileiro.

No entanto, a passagem, sem muito brilho, de Pet pelo Verdão rendeu apenas um gol e durou apenas quatro meses. Em entrevista exclusiva à Rádio Sagres 730, o agora comentarista do canal Sportv relembrou a passagem pelo time esmeraldino. Confira abaixo os principais pontos.

Chegada

“Fui pra Goiânia por causa do Geninho, para jogar. Não fui por dinheiro, nem nada assim”.

Lesão e tratamento

Ao chegar ao Goiás, com 34 anos, o sérvio tinha acabado de se recuperar de lesão, apesar de ainda conviver com dores no adutor. E ele lembra que um exercício passado pela preparação física do clube acabou gerando irritação e, posteriormente, a solução para seu problema.

“Não é desculpa, nem para culpar ninguém. Fui muito bem nos treinos físicos, que os preparadores passaram para nós, que estávamos em recuperação e não estávamos indo para o jogo. Mas tinha um exercício auxiliar e eu falei que estava no meu limite, mas o rapaz, que era jovem, insistiu para que eu fizesse mais duas repetições e acabei sentindo de novo, o que me deixou nervoso.

“Me conheço, não tem essa de migué. Fiquei muito chateado de sentir de novo, demorei duas semanas para me recuperar. Por outro lado, foi muito boa a fisioterapia e a recuperação, pois descobri o que fazer para, de fato, melhorar. Tinha o adutor machucado e consegui melhorar ao fazer fortalecimento no glúteo, que era algo que eu não sabia”. 

Problemas

O Goiás terminou o estadual como vice, perdendo a final para o Atlético. Além disso, acabou eliminado na segunda fase da Copa do Brasil, pelo Bahia. Os resultados culminaram na saída do treinador Geninho. Pet lembra que reclamações e “pedidos” de algumas pessoas do clube o “intrigavam”.

 “Estava indo para restaurantes, posto de gasolina e o pessoal falando para eu não sair, que devia ficar só no clube, o que me deixava intrigado. Estava com minha família, meus filhos e eles pedindo para eu não sair”.

“Fui ao clube e perguntei se gostariam que eu saísse. Se sim, iria embora, sem problemas. Falei isso antes do primeiro jogo, contra o São Paulo, fora de casa. Depois que voltamos, na véspera do jogo com o Flamengo, o novo treinador (Paulo Bonamigo) decidiu mudar o time e me sacou no vestiário. Fiquei calado e, quando perguntado se estava irritado, disse que podia contar comigo, tanto que entrei no decorrer da partida e tive uma boa atuação”.

Saída

Um dia após a segunda rodada (derrota de 3 x 1 para o Flamengo), Petkovic entrou em contato com o presidente Pedro Goulart, pedindo para conversar. Foi quando a saída do armador do clube alviverde acabou sendo acertada.

“Liguei para o presidente, pedindo para o encontrar. Ele respondeu positivamente, mas perguntou se eu me incomodaria do Edminho estar presente e eu aceitei, disse que fazia questão da presença dele”.

“Eu falei que estava parecendo que não me queriam no Goiás, então ofereci mais uma vez para sair do clube, enquanto não passavam os primeiros jogos (para não estourar o limite de partidas, que não permite transferência para clubes da mesma divisão). Depois, sou muito profissional, vou ficar até o final, mesmo se não jogar, só treinando, mas vocês terão que cumprir o pagamento”.

“Depois da conversa, em 20 minutos, o João Bosco (Luz, então vice e advogado do clube) entregou o documento da rescisão, com tudo certinho, nenhuma vírgula errada. Eu mandei para meu advogado, que disse nunca ter visto algo assim (tamanha rapidez para fazer contrato). Ainda fiquei mais dois meses morando em Goiânia, porque minhas filhas estavam estudando. Depois fui para o Santos, onde fiz um bom Campeonato Brasileiro”.

Sentimento

“Importante é que no final, saímos de forma amigável. Sou grato, principalmente, pela recuperação da lesão que tinha sofrido em 2006, no Fluminense. Meu músculo travou e, um mês depois, sofria para conseguir dormir. Só melhorei no Goiás, quando fiz um fortalecimento no glúteo, pois minha musculatura estava desequilibrada. Sobre a cidade, gosto muito. Tanto que minhas filhas cresceram e ainda mantém amizades lá”.