No final da tarde da última quarta-feira (10), a notícia de que um dirigente do Goiás articulava para o retorno do Campeonato Goiano caiu como um bomba. Depois se soube com mais detalhes acerca da ideia desenvolvida e apresentada por Túlio Lustosa, gestor de futebol esmeraldino, que contatou outros dirigentes amigos de clubes do interior e a própria Federação Goiana de Futebol (FGF), que também deu seu posicionamento à Sagres 730.

Durante o programa Hora do Esporte, nesta quinta-feira (11), Túlio ressaltou que “a princípio, foi uma ideia minha. Claro que compartilhei dentro do Goiás com o presidente, a comissão técnica e outros diretores e também compartilhei com o presidente da federação, que foi a primeira pessoa externa ao Goiás. Depois, liguei para alguns conhecidos e pessoas que tenho afinidade no futebol goiano”.

O dirigente explicou que “primeiramente, não compartilhei a ideia e perguntei qual era a situação dos clubes, o que pensavam e se ainda imaginavam um retorno. Dentro das respostas, compartilhei algumas ideias expondo o que pensava. Agora, para quando, não sou eu, o Goiás ou a Federação Goiana que definem. Quando acontecerá o retorno, e se acontecer, só as autoridades competentes da área de saúde que poderão dar esse aval”.

Entre os clubes procurados estiveram o Goianésia, através do vice-presidente Tiago Mesquita, o Grêmio Anápolis, com Raimundo Silva, diretor administrativo e financeiro, além de Cocá, diretor de futebol da Aparecidense. Segundo o gestor de futebol do Goiás, “cada um expôs as dificuldades que têm. Sei que não é fácil fazer futebol para times que não têm o calendário como temos, para o ano inteiro”.

Túlio Lustosa reforçou que “sei que o protocolo exigido para retorno até dos treinamentos é muito caro. Estamos vivendo isso aqui, é muito caro para o Goiás e imagino que, para os times do interior, talvez seja inviável. Muitos relataram isso, da dificuldade que é de voltar agora seguindo esses protocolos de segurança para a saúde de todos. Os times do interior, inegavelmente, terão que ter ajuda, eles não terão condições de arcar com todos esses custos de retorno aos treinos”.

No projeto apresentado, Túlio Lustosa propôs que nenhum clube seria obrigado a participar do retorno do Campeonato Goiano, o que implicaria não haver rebaixamento e retomar a competição já na fase final. Os confrontos do mata-mata, portanto, seriam definidos de acordo com o número de equipes envolvidas, com diversas hipóteses de três até oito participantes e diferentes cenários para a formatação do restante do torneio.

“Quanto à proposta que apresentei, muitos sinalizaram positivamente e acham que é uma boa ideia. Sei que o Pitta tem outros entraves, como o Estatuto do Torcedor, que proíbe de fazer muitas coisas. Se não tiver algum respaldo, seja da CBF ou do STJD, que garanta que possa mudar a fórmula do campeonato, que já iniciou, ele não fará. Ele tem que ser essa segurança jurídica para que, na frente, nenhum clube entre na Justiça e comprometa até o resultado que for decidido dentro de campo. Tudo isso é difícil”, ponderou o dirigente.

O motivo para pensar em um retorno do Campeonato Goiano, além de encerrá-lo em campo, seria de dar ritmo de jogo e experiência para os times que participam do Campeonato Brasileiro. Túlio Lustosa afirmou que “o Goiás, assim como Atlético, Vila Nova e os times que têm calendário para o segundo semestre, a grande preocupação é entrarmos em uma competição de alto nível, como é o Campeonato Brasileiro da Série A, sem antes ter tido nenhum tipo de jogo oficial”.

“Claro que queremos finalizar o Campeonato Goiano dentro de campo e decidir o campeão jogando, mas essa é outra preocupação que temos. O Goiás inicia o Brasileiro ninguém sabe quando, mas vamos supor que esse campeonato seja marcado para o dia 20 de agosto. Até lá vamos ficar só fazendo treinamentos, não vamos ter nenhum jogo para testar a equipe e colocar os jogadores em ritmo de jogo, enquanto outras federações estão pensando em uma maneira de retomar o estadual?”, questionou.

O gestor de futebol do Goiás destacou que “a única federação que já anunciou datas foi a Catarinense, que iniciará dia 8 de julho, mas o certo é que o Paulista, o Carioca e o Gaúcho voltarão. Ninguém quer passar por cima das autoridades de saúde e tomara que, no momento que for determinado pelo Governo de Goiás que poderá ser retomado o campeonato, tomara que já tenhamos esse entendimento entre os clubes, junto com a federação, de uma fórmula já definida”.

Confira na íntegra a entrevista de Túlio Lustosa à Sagres 730