Depois da boa vitória sobre o Fluminense por 3 a 0 no último domingo em uma semana bastante quente envolvendo o clube, o ambiente parece ter acalmado um pouco dentro do Goiás, que voltará a jogar nesta quarta-feira (25) contra o São Paulo, às 21h30, no Morumbi. Apesar disso, Túlio Lustosa, entrevistado pelas Feras do Kajuru nos estúdios da Sagres 730, relatou ameaças e mensagens ofensivas que recebeu nos últimos dias.

“Eu não queria tocar nesse assunto, mas perguntando… Eu tenho só uma maneira de me defender disso, que eu nunca levei tão a sério ameaça por telefone. Meu telefone vazou para a torcida, então às vezes recebo ameaças e vejo que é coisa à toa, e negligenciei isso por muito tempo. Só que depois de um jogo, na manhã seguinte acordei assistindo a um noticiário vi uma imagem conhecida sendo preso por tentativa de homicídio a um torcedor do Vila Nova. Reconheci o rosto e era justamente o cara que estava me ameaçando, aí tive que tomar providência e fui na delegacia”, conta.

O gestor de futebol esmeraldino narra outra mensagem “mais absurda, porque nesse último jogo tiveram os gritos da torcida e a minha filha na segunda-feira me mandou uma mensagem às 6h com um áudio junto e falou ‘pai, me mandaram esse áudio ontem, eu bloqueei, mas é do telefone da minha amiga da escola. Ela me pediu desculpa e falou que foi o pai dela que mandou’. Era uma mensagem me xingando e o pior, era um policial militar, que depois fui averiguar”.

“O quê que eu tenho que fazer quanto a isso? O procedimento é o que a lei manda, eu fui na corregedoria da Polícia Militar e prestei denúncia do comportamento desse policial, que está para defender nós e comete um absurdo desse. Se ele manda essa mensagem para o meu celular, eu simplesmente bloquearia o telefone dele, mas mandou para o celular da minha filha, que é colega da filha dele na escola, então é muito grave e fui na corregedoria”, relata Túlio.

 

Figueirense

O motivo para a presença da entrevista com os comentaristas Charlie Pereira, José Carlos Lopes, Marcelo Borges e Tim, porém, se deu depois que um vídeo do dirigente do Goiás foi publicado nas redes sociais, em que convocava a torcida do Figueirense para apoiar o time na partida contra o Bragantino no Orlando Scarpelli. Túlio, ex-jogador, jogou entre 2010 e 2012 no clube de Santa Catarina e esclareceu sobre a situação, que não foi muito bem recebida pela torcida esmeraldina.

“O convite foi do marketing do Figueirense. Eu vivi três anos da minha carreira lá e, sinceramente, não poderia deixar atender de um pedido no momento talvez mais difícil do clube. O Figueirense foi um clube que me respeitou muito como atleta, eu estava parando de jogar futebol e fui para lá saindo daqui do Goiás. Por ter sido muito bem tratado lá, eu não poderia deixar de atender um pedido desse, assim como outros ex-atletas do Figueira atenderam também”, destacando também que jogadores como Roberto Firmino e Filipe Luís, revelados no Figueirense, também foram convidados.

Túlio ressalta que “jamais minha intenção foi atingir um torcedor do Goiás e jamais pensei que ofenderia parte da torcida com a minha atitude de tentar retribuir um pouco do que recebi de carinho lá no Figueirense. Depois, alertado até por um integrante da nossa torcida de que existia uma rivalidade entre as torcidas, eu percebi que talvez poderia ter evitado esse vídeo, mas não sabia e jamais imaginei que Goiás e Figueirense tivessem algum tipo de problema. E não tem realmente, os clubes não têm”.

O gestor de futebol esmeraldino garante não ter “pretensão nenhuma de trabalhar no Figueirense, minha declaração foi por gratidão pelos três anos que fiquei lá”, e que pretende seguir onde está. “Se depender de mim, estou fechado com o Goiás até o final do mandato do Marcelo (Almeida), desde que as coisas aconteçam também conforme a gente vem planejando fora do campo, não adianta falar em permanência se as coisas não acontecerem dentro”, frisa.

#ForaTulio

Sobre o movimento de parte da torcida contra a diretoria, incluindo faixas pedindo sua saída, Túlio destaca que “quem se propõe a trabalhar na função que estou trabalhando tem que entender que existe cobrança, divergência de pensamentos e que muitas vezes as suas ideias não são as mesmas de grande parte do torcedor. Eu jamais posso recriminar o torcedor por uma manifestação pacífica e entendendo que está no direito dele de cobrar e reivindicar aquilo que acha melhor para o clube. Acho que sou alvo assim como todos os outros que já exerceram a minha função, sei absorver isso muito bem”.

Contratações

Enquanto isso, o Goiás tem até esta sexta-feira (27) para registrar atletas na Série A, o gestor de futebol revela que “existia a possibilidade da vinda de um atleta que está na Série B e me foi passado pelo empresário alguns valores de multa contratual. Depois verificando fomos ver que a multa era muito mais alta e o clube não abria mão do atleta de forma alguma, então nós conversamos e decidimos que não viria mais ninguém”.

Apesar de Hailé Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo, ter reforçado no último domingo a posição de que não haveria mais contratações, Túlio conta que “surgiu um nome essa semana e ainda vou conversar com a diretoria, fazer chegar ao seu Hailé também para que ele analise, porque de repente é um nome que pode ser interessante e uma aposta boa. Não é um jogador caro e pode servir para nos ajudar”.

Sobre sua relação com o presidente do Conselho, conta que tem “um respeito enorme por ele, por tudo que fez na minha carreira. Pedi para que o Mauro (Machado) fizesse essa aproximação, até porque eu vivo mais em contato com a parte externa com os clubes e agentes. Isso sempre foi feito e passado para o seu Hailé, mas não diretamente por mim, e talvez eu tenha falhado nisso, deveria ter conversado e explicado essa maneira que a gente trabalharia para que ficasse sendo o Mauro esse interlocutor”.

Confira a entrevista na Sagres 730

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