Filho de um casal de baianos, Hugo Fernando Bonfim Queiroz, mais conhecido como Fernandinho, veio acompanhando o país, que passava por mudanças e construções de novas capitais, para construir uma nova história em Goiânia. E não demorou para o futebol assumir o controle das rédeas da família. Três, dos dez filhos, jogaram por clubes goianos: Anápolis, Vila Nova e Goiás. Mas um deles se destacou ainda mais.
Fernandinho ficou conhecido por sua velocidade e técnica. Tudo começou no infantil do Anápolis, mas ele ganhou notoriedade no Vila Nova, onde teve a oportunidade de jogar ao lado do ex-atacante Guilherme, em um dos times mais fortes da história colorada. Foi justamente com a camisa do Tigrão, que Fernandinho, no título mais marcante da sua carreira – o goiano de 1973 – ganhou o apelido de “pequeno polegar” do locutor Edson Rodrigues por conta de sua valentia em campo e a baixa estatura.
O VILA NOVA
A chegada no Vila Nova nasceu fruto de um sonho. Quando defendia as cores do Campinas, Fernandinho teve a oportunidade de assistir o ex-atacante Guilherme em algumas oportunidades. Os gols, a raça e a velocidade do seu ídolo encantaram os olhos do ‘pequeno polegar’, que quando foi contratado pelo Vila assumiu ter realizado seu desejo pessoal.
O CLÁSSICO
O título de 73 foi “uma noite maravilhosa”, relatou Fernandinho, em entrevista concedida ao Futebol de Goyaz. Naquela partida ele foi expulso após confusão com o árbitro. O juizão do jogo teria sido agredido pelo ex-jogador do Vila Nova.
Segundo o ex-jogador, essa grande final foi o ponto de partida para deixar o clássico ainda mais efervescente. Principalmente devido às acusações que a diretoria alviverde havia ‘comprado’ o trio de arbitragem para favorecer o clube esmeraldino e de todos os acontecimentos do duelo: pênaltis polêmicos, torcidas inflamadas, reviravoltas no placar, expulsões e decisão celebrada durante a madrugada.
No entanto, a rivalidade com o Goiás já existia antes mesmo da final e começou na sua própria família. Zé Teodoro e Bonfim, irmãos do ‘Pequeno Polegar’, jogaram no rival, o Goiás. E isso foi fundamental para definir os clubes que cada filho iria torcer. Fernandinho relatou que cinco irmãos torciam para o Vila, por conta dos principais momentos do ex-ponta quando defendia as cores do Tigrão. Mas a partir do momento que Zé Teodoro e Bonfim foram contratados pela equipe esmeraldina, os outros cinco irmãos passaram a torcer pelo Verdão pelas fases que ambos viviam no clube.
O ORGULHO
A carreira do ex-ponta ficou, além da idolatria no Vila Nova, marcada pelo orgulho de ter feito parceria com o melhor jogador de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, onde jogou na década de 1970, com a camisa do Santos.
Na época não existia a tecnologia que possuímos atualmente, os jogadores da região central do país só eram contratados por clubes de São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo, quando essas equipes viajavam até a ‘nova capital’ do país e realizavam amistosos contra os times goianos. Em um desses amistosos, ainda com a camisa do Vila Nova, Fernandinho foi destaque contra o Santos e chamou atenção da equipe paulista que não pensou duas vezes em contratar o ponta – depois de um teste realizado contra o Corinthians em 1974, onde o ex-jogador distribuiu duas assistências.
Além do ‘Rei do Futebol’, Fernandinho teve a oportunidade de enfrentar Garrincha, um dos maiores ídolos brasileiros e da história do Botafogo-RJ.
FICHA TÉCNICA
Nome: Hugo Fernando Bonfim Queiroz
Idade: 66 anosPosição: atacante
Naturalidade: Santa Maria da Vitória-BA