Volto a Goiânia com mais um ponto na bagagem para o Atlético no Campeonato Brasileiro da Série A. Um resultado muito bom diante do Internacional. Diga-se de passagem, por muito pouco não voltam com os três pontos conquistados e uma segurança a mais para seguir o trabalho de Jairo Araújo no comando da equipe.
Nesta viagem, eu pude acompanhar o trabalho de Jairo e entendi porque as coisas têm funcionado com ele. Jairo conversa muito com os jogadores, orienta, é bastante franco diante das situações. Pude acompanhar várias vezes durante o café da manhã, ele conversando com os jogadores, trocando ideias.
Esta horizontalidade que vive o Atlético exige cumplicidade, transparência e honestidade da comissão técnica e também dos jogadores para que possa se manter viva e colhendo os resultados. E até que alguém quebre a corrente, o Atlético ainda colherá muitos frutos.
Diante deste fato, a diretoria não cansa de falar em tranquilidade para definir o novo técnico. Eu posso afirmar, enquanto o time conquistar os resultados, Jairo continuará sob a alcunha de treinador interino. O Atlético vai contratar um novo treinador e aguarda melhores opções para anuncia-lo.
Muitos torcedores vieram me perguntar sobre a possibilidade de anunciar Hélio dos Anjos como treinador. Com toda sinceridade, no momento, é impossível disso acontecer. Esta informação após uma sequência boa no Brasileiro e na véspera de um clássico só tem uma razão: conturbar ambiente de Vila Nova e Atlético. É mais fácil, muito mais fácil, Gilson Kleina assumir a equipe que Hélio dos Anjos.
JOGO
Durante os 90 minutos, o Atlético montou um esquema bastante retrancado. Muita segurança defensiva. A missão ofensiva ficava por conta de Vitor Jr, Felipe e Anselmo. Com a entrada de Ernandes no meio-campo, Bida se adiantou um pouco mais e passou a ser o homem surpresa dentro da área adversária.
Márcio foi o melhor jogador do time. Salvou o Atlético em várias oportunidades. O goleiro estava com febre e mesmo assim transpareceu muita tranquilidade aos companheiros. Gilson e Anderson não deixaram Dellatorre e Jô pensar. D´Alessandro e Andrezinho causavam mais problema quando vinha buscar o jogo no campo de defesa e desta forma, tinham maior liberdade para trabalhar. Rafael Cruz e Thiago Feltri foram muito sobrecarregados, muito ajudaram na defesa e escaparam muito pouco no ataque.
Agenor até se assanhou com alguns chutes de fora da área. Um deles passou muito perto. Na marcação foi muito bem anulando Andrezinho. Bida soube preencher bem o meio-campo na zona próxima da área. Quando teve mais liberdade apareceu duas vezes no ataque e sentiu dores na coxa e foi substituído.
Diante da força física dos jogadores do Inter, Thiaguinho e Vitor Jr sofreram muito. O jogo se transformou muito mais no contato, fato que atrapalhou os dois. Vitor Jr precisa de um gol para deslanchar. Briga, disputa a bola, mas se desgasta mais que produz. E isso é pior para ele.
No ataque, o Felipe está voltando a jogar em alto nível. Foi o atacante mais lúcido do Atlético. Se movimentou, teve espaço para finalizar duas no primeiro tempo, um chute e um cabeceio na etapa final, mas não teve a mesma eficiência do jogo contra o Cruzeiro. Felipe está reagindo junto com o Atlético.
Agora, o Anselmo está caindo e ontem fez mais uma partida muito mal. Foi presa fácil, pouco se movimentou e o ataque do Atlético quase sempre terminava nos pés dele. Do mesmo jeito que as boas atuações o credenciaram como titular, hoje ele não tem mais este respaldo. Merece o banco de reservas. Deixa o Marcão voltar ao ataque, pelo menos não lamentaremos por falta de vontade.
Dentro do planejamento do Atlético de conquistar todos os pontos em casa para se garantir mais um ano na elite do futebol brasileiro, ontem o time chegou ao sétimo ponto como visitante. Precisam recuperar mais cinco. Claro, partindo o pressuposto de que não irá mais perder pontos no Serra Dourada.
Na sequência até o fim do primeiro turno: Atlético-PR (C), Bahia (F), Santos (C), Flamengo (F), Grêmio (C) e América (F). Ou seja, 10 pontos nos próximos cinco jogos.