Caso o promotor Umberto Machado integre a lista tríplice do Ministério Público, que é composta pelos promotores mais bem votados na eleição direta da categoria, ele será o próximo procurador- geral de Justiça de Goiás. Mesmo que ele não seja o candidato com maior número de votos. Esse seria o compromisso do governador Marconi Perillo, a quem compete nomear o titular do cargo a partir da lista retirada das urnas. Esse acordo entre Marconi Perillo e Umberto Machado que teria feito o procurador Benedito Torres Neto desistir da reeleição e apoiar a candidatura do promotor Lauro Machado.

Disputam o cargo Deusdete Carnot, Lauro Machado, Mozart Brum e Umberto Machado. O favorito até agora é Lauro Machado que se afastou da chefia de Gabinete para se dedicar a campanha. A proximidade com Benedito Torres tem sido uma faca de dois gumes para a campanha de Lauro Machado: ele tem os benefícios de uma candidatura oficial, mas, por outro lado, sofre com o desgaste da vinculação do nome de Benedito Torres com o do ex-senador Demóstenes Torres, irmão do procurador de Justiça.

O único que realmente ameaça Lauro Machado é Mozart Brum. Segundo apoiadores, a candidatura de Brum tem crescido entre os promotores mais antigos de casa. O nome dele teria resistência entre os que acabaram de chegar, ingressaram no Ministério Público nos últimos dois anos. Para esses, Mozart é um mero desconhecido.

A candidatura de Deusdete Carnot não é levada a sério pelos promotores. Ele não teria, na opinião da maioria, condições de representar a instituição. Seu voto seria de protesto contra o fato de o Ministério Público ter sido envolvido no escândalo Carlos Cachoeira.
Humberto Machado não é considerado um candidato forte, apesar de esta ser a segunda vez que disputa o cargo. Tem boa desenvoltura entre os pares e a garantia de Marconi Perillo de vir a ser o escolhido. Ele foi secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos por um curto período, quando sedimentou sua amizade com o governador.

O risco da decisão dos promotores ser desrespeitada pelo governador tem sido discutido entre os promotores e Mozart Brum já se comprometeu a não aceitar a nomeação do governo caso não seja eleito nas urnas. Resta saber se os outros candidatos estão dispostos a fazer o mesmo. A eleição está marcada para 6 de fevereiro.