Líderes estudantis entregaram à presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (31), uma pauta com reivindicações para o setor de educação. Os estudantes se concentraram no Banco Central, onde fizeram a lavagem simbólica da entrada, depois seguiram para o Congresso Nacional.

A reivindicação que reuniu mais de 20 mil estudantes foi organizada pela UNE (União Nacional dos Estudantes). O órgão defende o investimento de 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal na educação do país, além de assistência estudantil, melhoria das escolas e de todos os níveis de ensino.

Em entrevista à repórter Nathalia Lima, o presidente da UNE, Daniel Iliescu explicou detalhes da manifestação.

“Fomos ao Congresso acompanhados de presidentes de Centrais Sindicais, movimentos sociais e outras entidades educacionais, além de vários parlamentares (deputados e senadores). Todos comprometidos com a ampliação de financiamento da educação no Brasil”, afirma.

Segundo o presidente, foram apresentadas três bandeiras principais. Duas delas, relacionadas ao Plano Nacional de Educação que tramita no Congresso. Os estudantes foram recebidos pela presidenta da república, Dilma Rousseff, que garantiu responder a cada uma das pautas.

“A presidenta nos recebeu com o Ministro da Educação, Fernando Haddad e outras lideranças. Ela ouviu a pauta dos estudantes, nossas duras críticas à política macroeconômica e nossa opinião sobre a defesa da educação no Brasil. A presidenta pediu um prazo e disse que os ministérios irão produzir documentos para subsidiar a posição do governo. É possível que a gente tenha boa parte delas atendida”, explica.

A reivindicação contou com a presença de Camila Vallejo, estudante chilena que lidera os protestos no Chile.

“Camila tem liderado as manifestações de centenas e milhares de jovens chilenos pela pauta educacional daquele país e também por mudanças no modelo econômico social chileno. Pela repercussão, conseguimos sensibilizar uma parcela importante da sociedade brasileira”, avalia.

PIB

De acordo com o presidente da UNE, hoje o Brasil investe cerca de 4,5% do PIB em educação. “A intenção é dobrar percentualmente o investimento brasileiro em educação. Seria uma verdadeira revolução”, garante.

Daniel afirma que o valor financiaria desde a erradicação do analfabetismo no Brasil, a valorização dos professores, desenvolvimento das universidades, ampliação do ensino técnico, instituição de creches nas universidades, entre outras ementas.

A UNE deve realizar sua primeira reunião de diretoria em breve para avaliar e programar o planejamento de gestão do órgão.