Os 28 países que compõem o bloco da União Europeia (UE) e os membros do G7 (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão) condenam o referendo para a anexação da Crimeia à Rússia. Para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, o referendo marcado para o próximo domingo (16) é “ilegítimo e ilegal”.

“Nesta terça-feira (11), vamos emitir um comunicado – os países do G7, eu, em nome da Comissão Europeia, e o presidente do Conselho Europeu [Herman Van Rompuy] – em que deixamos claro que não podemos aceitar um referendo na Crimeia, que é ilegítimo, ilegal e contrário à Constituição da Ucrânia”, disse Durão Barroso.

Segundo ele, o referendo contraria ainda “todos os instrumentos de direito internacional”. Ao reiterar que a União Europeia espera uma solução pacífica para a questão, Barroso informou não entende por que a Rússia tenha disposição distinta. Para Durão Barroso, a anexação do território de um país soberano é algo que não pode ser aceito.

Ontem (10), os deputados do Parlamento da Crimeia declararam a península independente da Ucrânia, passo prévio ao referendo de domingo, para permitir a união da península à Rússia. A ação do Parlamento visa a criar um quadro jurídico para o território se unir à Rússia como um Estado soberano. Em uma declaração, o Parlamento argumentou que “a declaração unilateral de independência de parte de um Estado não viola as leis internacionais”.

As novas autoridades ucranianas não reconhecem o governo da Crimeia, que por sua vez considera ilegítimo o Executivo central e continua a considerar presidente da Ucrânia o líder deposto Viktor Ianukóvitch, exilado na Rússia.

Os censos mais recentes indicam que vivem no território cerca de 2 milhões de pessoas, entre as quais 60% são russas, 26%, ucranianas, e 12%, tártaras (descendentes de nômades asiáticos).

Na segunda-feira (10), todos os voos na Crimeia foram suspensos, exceto os com destino à capital russa, Moscou. O enviado das Nações Unidas (ONU) para a Ucrânia, Ivan Simonovic, desistiu de visitar a península por razões de segurança e de logística. “Ele não irá à Crimeia tendo em conta a situação logística, em particular perante o fato de o aeroporto ter encerrado voos provenientes de outras regiões da Ucrânia”, segundo informações divulgadas pela ONU.

Da Agência Brasil