Quatro alunas do curso de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP), criaram um projeto de aplicativo, nomeado ABC, para auxiliar analfabetos funcionais e pessoas completamente analfabetas no aprendizado da leitura e da escrita. Luísa Moura, Marina Machado, Luiza Machado e Ana Clara Chioca Vieira tiveram a ideia em um evento, quando precisaram pensar em como melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Em entrevista ao Sagres Tom Maior, Marina Machado contou que inicialmente elas pensaram em algo relacionado a educação física ou saúde mental, mas que depois buscaram algo diferente e foram para o tema de analfabetismo. “E aí quando a gente começou a estudar a gente viu que isso impacta completamente a qualidade de vida e o dia a dia da população”.
Na apresentação do projeto, uma pergunta chama atenção: “Já imaginou se não soubesse ler e escrever?”. Luísa Moura explicou que elas perceberam que o analfabetismo influencia diretamente na vida das pessoas e por isso o questionamento se faz relevante. “A gente viu, primeiro, que o analfabetismo, ele impacta diretamente em algumas situações do dia a dia, como pegar um ônibus, placas, rótulos”.
As estudantes relataram que para a criação do aplicativo, tiveram consultas com pedagogas e que para apresentar pessoas completamente analfabetas ao app, será necessária a divulgação em salas de aula, por exemplo. “É um trabalho em parceria, de computação com o pessoal de pedagogia multidisciplinar”, afirmou Marina Machado.
Outro ponto importante identificado é a didática do aplicativo para que os usuários consigam compreender e possam avançar passo a passo. Para pessoas completamente analfabetas o ideal é que no início, elas tenham a ajuda de familiares, amigos ou professores, mas que o app foi pensado para facilitar. “Como as pessoas não sabem ler, elas não vão ter as palavras para guiar o que elas têm que fazer. Então é importante que a gente tenha uma estética simples e que seja fácil de usar”, detalha, Luísa Moura.
O projeto ensinará através de vídeos e dicas e também contará com recompensas para determinadas tarefas. As estudantes continuam buscando investidores e profissionais interessados em passar experiências para que elas possam finalizar o aplicativo.
Veja a entrevista completa a partir dos cinco minutos:
