(Foto: Jordanna Agatha)
Pela primeira vez em muitos anos a Saneago não usou a chamada vazão ecológica do Rio Meia Ponte, ou seja, não secou o leito do rio, para atender ao abastecimento público na Região Metropolitana de Goiânia. A ação neste 2018 evitou o mau cheiro que todo ano provocava incômodo aos moradores nas proximidades do rio.
“Nós tínhamos autorização do Comitê da Bacia para fazer esse uso, mas não foi necessário em função das medidas de controle da água que adotamos. Nos anos anteriores o rio secava e, sem água, não tem como diluir os detritos, provocando o mal cheiro. Neste ano não faltou água”, explicou o secretário Hwaskar Fagundes, secretário de Cidades e Meio Ambiente (Secima) em entrevista à Rádio Sagres 730 nesta segunda-feira (12).
A melhoria da qualidade do ar em Goiânia foi um dos benefícios indiretos da gestão do uso da bacia do Rio Meia Ponte, segundo informou o secretário. E este nem foi o principal benefício. O mais relevante foi evitar o desabastecimento na região metropolitana, diferentemente do que aconteceu em 2017, quando a Saneago não conseguiu evitar a falta de água em dezenas de municípios goianos, inclusive em Goiânia e em seu entorno.
Hwaskar Fagundes explicou que o plano de gestão da bacia do Meia Ponte desenvolveu três ações básicas para melhorar a vazão de água no Rio Meia Ponte no período de seca e, consequentemente, impedir o desabastecimento. O primeiro deles foi trocar a régua, sistema analógico de medição da vazão na estação de captação no Rio Meia Ponte, pela estação telemétrica, que permite à Saneago o acompanhamento em tempo real desta vazão.
A segunda ação, explicou o secretário, foi a exigência de vazão de fundo das centenas de represas com outorga de captação e a obrigatoriedade de instalação de hidrômetros, para utilização apenas da quantidade autorizada, o que antes não ocorria. Essa ação possibilitou que as represas liberassem água para o rio pelo fundo, independentemente de haver transbordo e apenas na quantidade autorizada. “O mais importante foi a fiscalização de captação de água sem outorga. Foram identificados mais de mil casos de captação de água sem outorga ao longo da bacia do Meia Ponte”, disse.
Com essas três ações, a Secima conseguiu melhorar a oferta do produto para a Saneago e, consequentemente, não faltou água à população neste período de seca, diferentemente do que ocorreu no ano passado. O secretário lembrou que em agosto de 2017, não havia água para captação. Neste ano, no pior momento, que foi em julho, a vazão foi de 2,6 mil litros por segundo, 400 litros por segundo acima do volume de captação da Saneago, que é de 2,2 mil por segundos.
O secretário confirmou que a mata ciliar ao longo de toda a bacia do Meia Ponte está muito degradada e que isso provoca dois prejuízos: aumenta a velocidade do rio e reduz a filtragem de sedimentos. “A água do rio segue para o mar. Se ela for em alta velocidade, o que acontece quando não há mata ciliar para fazer sua retenção, não se aproveita muito para o uso local”, disse. A Secima, em parceria com os municípios, vai doar 500 mil mudas de árvores para fazer essa recuperação.
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