Por lei, gestores municipais e estaduais de Educação devem usar no mínimo 30% dos recursos destinados à merenda escolar para compra direta de produtos da agricultura familiar. A medida estimula o desenvolvimento econômico das comunidades locais. Para fornecer alimentos para a merenda escolar, é preciso participar de uma chamada pública e cumprir algumas exigências.
Engenheiro agrônomo Arnaldo Pereira Lima (Foto: SagresTV)
Poder vender parte do que produzem para a merenda escolar tem trazido novo alento a donos de 60 propriedades rurais de Aparecidade Goiânia, Aragoiânia e Abadia de Goiás, ligadas à Cooperativa de Agricultura Familiar (Coopermafa). Assim, as fazendas da cooperativa passaram a fornecer para merenda escolar dessas três cidades. “Em Aparecida e Aragoiânia, vendem para escolas da rede municipal de ensino. Já em Abadia, para a rede estadual de ensino”, conta o presidente da Cooperfarma, Valdeir Pereira Nunes.
A nossa equipe visitou a fazenda Olhos D’Água, em Abadia de Goiás, uma típica propriedade de agricultura familiar. O forte da fazenda são mangas. São cerca de 15 mil pés. Até o fim da temporada, devem ser colhidas 800 toneladas de mangas palmer, tommy e espada. Na fazenda também há plantio de mexericas e verduras. Um dos proprietários, Antônio José, conta que há 4 anos, a fazenda passou a fazer parte da Coopermafa e assim, pôde vender parte da produção para a merenda escolar. “Isso trouxe mais estabilidade, pois temos certeza de mercado para os nossos produtos e, muitas vezes, os preços pagos são melhores que os do mercado em geral”.
Agricultura sustentável
As propriedades ligadas à Coopermafa praticam a agricultura sustentável, que tem grande preocupação na preservação do meio ambiente e das pessoas que vão se alimentar do que é produzido nessas áreas. Por isso, a ordem é utilizar o mínimo possível adubos químicos e agrotóxicos.
“O controle de pragas é feito com uso de produtos biológicos e com medidas como rotação e integração de culturas. Hoje temos aqui, mexerica, pimenta, jiló e outras verduras. Na próxima safra, serão outras famílias. Isso quebra o ciclo das pragas. Até o mato que parece falta de cuidado, na verdade, tem tudo a ver com essa preocupação de controle de pragas”, diz o engenheiro agrônomo Arnaldo Pereira Lima, que presta assessoria técnica às fazendas da cooperativa.
Novo mercado
Além de responsável técnico, Arnaldo Pereira Lima também é assessor para logística. Ele é ligado ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Arnaldo explica que em Goiânia tem surgido grandes verdurões e supermercados que têm atraído consumidores que antes preferiam feiras-livres. “Esses estabelecimentos importam frutas e verduras de outros estados e estão interessados em comprar de produtores locais, por isso, estamos nos organizando para fornecer a esses novos consumidores. Isso vai ser muito importante para a cooperativa.
Confira a reportagem de Silas Santos
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