A cidade está travada e o fato é que o trânsito virou mesmo o caos. Parece notícia velha, mas é preciso registrar com indignação o que seguidos erros fizeram com Goiânia. Ao longo das décadas, as ruas foram ficando entupidas de carro. O motivo maior é o péssimo transporte coletivo, que transformou cada ônibus e terminal numa central de torturas. No entanto, há outras razões para o número cada vez maior de engarrafamentos e outras tartaruguices. Uma das causas de estrangulamentos é a incompetência dos servidores de órgãos ligados ao trânsito, a começar do prefeito até os guardas, que aqui são chamados de agentes.
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Agente é um personagem que está sempre onde não é necessário. Com os frequentes apagões provocados pelo sucateamento da Celg, os semáforos ficam horas sem funcionar, as esquinas viram ringues e nada dos amarelinhos. E cadê eles? Eles estão com os bloquinhos prontos para multar infratores que estacionam em lugar proibido. Eles estão apreciando os corpos perfeitos que desfilam pelas avenidas, porque nesse quesito Goiânia inteira é um imenso sambódromo com Carnaval durante 12 meses por ano. Enfim, os agentes estão longe de resolver os problemas. A culpa nem sempre é deles. Eles são poucos, ganham apenas um salário mínimo e meio, fundem a cabeça com o barulho dos carros, arrebentam o pulmão com os canos de descarga e acabam com a pele ao sol. Não explica, mas justifica.
Goiânia é modelo de gestão para os municípios do interior. Para o bem das cidades, o melhor é seus prefeitos não imitarem a Capital. E, quando vierem, e eles vêm muito, estejam preparados para a multa, a batida, a dor de cabeça, o buzinaço, enfim, tudo que não devem fazer em suas administrações. Os amarelinhos vão deixá-los vermelhos de raiva.