A Câmara Municipal de Goiânia voltou a realizar uma sessão ordinária em plenário depois de exatas três semanas da invasão ocorrida no dia 8 de outubro em protesto dos servidores da rede de Educação. Para repor o tempo perdido, a presidência confirmou a autoconvocação, que foi aprovada pelos parlamentares, e as sessões serão realizadas de segunda a sexta, pelas próximas três semanas.

Na primeira reunião no reinício dos trabalhos, os vereadores discutiram, por mais de uma hora, questões políticas relativas às divergências entre o governo estadual, chefiado por Marconi Perillo (PSDB), e a prefeitura de Goiânia, de Paulo Garcia (PT). A discussão atrasou a pauta de votação, que está lotada por 60 projetos de Lei, 78 requerimentos e dois balancetes municipais, de 2009 e 2010.

O presidente da Casa, Clécio Alves (PMDB), lamentou que os colegas tenham desvirtuado a atividade em plenário. “É lamentável, mas é regimental. Eu não posso como presidente impedir a prerrogativa dos vereadores que tem direito a discussão a tempo de liderança. Em função de tudo isso que nós vamos encaminhar a autoconvocação,” revela.

Nas três próximas semanas as sessões na casa acontecerão de segunda a sexta-feira, e não somente mais em apenas três dias, como normalmente acontece.

Seis sessões serão repostas durante o período de autoconvocação. Entre os vereadores que discutiram de forma mais intensa as divergências entre prefeitura e governo estadual, está Paulo Magalhães (Partido Solidariedade). Ele admite que este tipo de debate atrasa a votação de matérias importantes. “Eu fiz um pronunciamento que eu acho viável fazer. Eu fiz uma crítica ao governador que provocou esse reboliço. Nós precisamos esgotar a pauta do dia. Eu vou evitar de me inscrever para que isso não aconteça mais,” afirma.

Geovani Antônio (PSDB) também entrou na discussão. Ele admitiu que os trabalhos foram atrasados, mas culpou Paulo Magalhães. “Tudo isso foi provocado por um vereadores que faz parte da base de sustentação do prefeito Paulo Garcia. De uma forma irresponsável, com inverdades, atacou as obras que o governador Marconi Perillo tem realizado em Goiânia,” argumenta.

Com as discussões políticas, nenhum projeto foi votado na última sessão ordinária.