A cidade assiste ao enfrentamento entre os governos e o fato não interessa à população. O Estado anuncia viadutos em três saídas de Goiânia: para Trindade, Inhumas e Nerópolis. A prefeitura fez dois viadutos na Avenida 85 e propaga outros tantos, como na Rua 88. A desculpa oficial é minorar o caos no trânsito. A verdade é que o prefeito Paulo Garcia e o governador Marconi Perillo disputam as urnas da Capital e querem conquistá-las construindo viadutos.

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Quem entende de trânsito, e não é o caso da maioria dos governantes, diz que viaduto só resolve problema de empreiteira, pois são caros. O viaduto alivia o fluxo de veículos numa esquina e joga a bagunça para os cruzamentos seguintes. É uma obra que beira a inutilidade. Iris Rezende fez o viaduto dos espetos na Praça do Ratinho e o Monumento à Delta na T-65. O resultado é pífio. Aliás, o resultado foi péssimo para ciclistas e pedestres, catastrófico para os comerciantes, e inservível para os motoristas.

Os viadutos de responsabilidade do Estado podem ter alguma serventia, principalmente o da saída de Trindade. Nos últimos anos, a região explodiu em número de habitantes e, junto, travou a GO 060. Como o trânsito fica parado no início das manhãs e nos fins de tarde, qualquer medida merece aplausos. Ainda que seja uma sobreposição de pistas. Os três viadutos de Marconi terão algum sucesso porque o propósito não é desentupir uma esquina para bloquear na próxima. A intenção é reduzir o sofrimento em rodovias, no caso, as GOs 060, de Trindade; 070, de Inhumas; e 080, de Nerópolis.

Enquanto não investem em obras realmente necessárias e outras providências para humanizar o trânsito, o governador e o prefeito trouxeram ao menos um alento a quem sofre no tráfego lento. Viaduto não é nada, não é nada… não é nada!