Mazola Júnior, de 51 anos, é o novo técnico do Vila Nova. O time colorado oficializou a contratação de seu novo treinador na manhã da última segunda-feira (5), e na tarde desta quarta-feira (7) o paulista assinou seu vínculo com o Tigrão. Mazola será responsável por conduzir o Vila em 2017 e participará, também, da reformulação do elenco que irá se reapresentar, visando a próxima temporada, no dia 02 de janeiro, conforme solicitado pelo novo comandante.

Mazola Jr. ganhou projeção nacional à frente do Sport, em 2011. Além do clube de Recife, o técnico também dirigiu equipes como Ituano (2009-10), Ipatinga (2012), Bragantino (2013 e 2014), Cuiabá (2013), Paysandu (2014), Botafogo-SP (2015) e estava no CRB desde 2015, onde comandou a equipe alagoana em 102 partidas. Ao todo, foram 47 vitórias, 19 empates e 36 derrotas com o CRB.

Na última edição da Série B, Mazola conseguiu fazer uma das melhores campanhas como visitante. O time alagoano terminou o campeonato na sétima colocação, com 58 pontos, e, em boa parte da competição figurou no G-4.

Confira na íntegra a entrevista coletiva com Mazola Júnior:

O que você conhece do Vila Nova?

Nunca trabalhei em Goiânia, mas sei que é um clube gigantesco que está passando por um momento de reestruturação muito grande e difícil. Após a conversa que tive, primeiramente com o Felipe e depois com o Ecival Martins, fiquei muito satisfeito por ter tido esse convite e fazer parte desse projeto. Não acredito que exista um maluco, hoje, no mundo que rejeite o Vila Nova.

Como é seu perfil de trabalho?

Fiquei satisfeito pela receptividade que tive da torcida do Vila Nova, tenho noção da torcida enorme que o clube tem. Tenho que dar os parabéns pela comissão técnica que esteve aqui na última edição da Série B. No entanto, não gosto muito de falar de mim. Não sou um cara midiático, vocês não vão ver eu falar muito de mim. Sou um treinador muito de campo, de trabalho. Já tenho provas de sucesso na minha carreira, chego ao Vila com uma sequência muito trabalhos positivos, alcançando metas. Acho que o dia a dia vai falar por mim.

Qual será o papel da base no elenco profissional do Vila Nova?

A situação da base também foi um dos fatores que me fez acertar com o Vila Nova. Na minha carreira, no Sport eu comecei na base. Se não me engano, hoje, no atual elenco do Sport, seis ou sete jogadores foram meus jogadores na base. No Paysandu, o Rodrigo Andrade, um dos destaques do clube, jogou comigo na base. Mais recentemente, no CRB dois jogadores da base foram vendidos. Gosto muito desse tipo de trabalho, um clube da dimensão que tem o Vila Nova é preciso ter um trabalho integrado para ter um efeito muito bem elaborado. Não conheço a estrutura, mas tenho bons indicativos sobre os atletas. O mais importante da base não é o resultado, mas sim um trabalho que vai formar um atleta profissional. Vou ter um olhar muito profundo em relação ao trabalho e aproveitamento da garotada da base.

Em relação a montagem do elenco, qual será a sua participação?

Costumo dizer que trabalho de forma diferente na situação de contratação, não sou eu que contrato. Quem acerta com atleta é o clube, a maioria das equipes criaram o cargo de diretor de futebol. Não costumo extorquir clube nenhum. Esse trabalho será feito em conjunto, lógico que eu conheço todos os jogadores da Série B. Pela credibilidade que tenho, um ou outro jogador será indicado. Temos que priorizar uma espinha dorsal, que precisa continuar durante o ano inteiro. O restante deve ser o que for melhor para o Vila Nova. Precisamos errar pouco para que possa ser montado um elenco que dê alegria para o torcedor.

Como é chegar em um clube e ter a oportunidade de ter uma sequência de trabalho?

O projeto é que eu fique até o final da temporada, venho de um trabalho longo no CRB e passei por um momento de reformulação. Quero dar sequência neste trabalho, só que aqui. Tenho quatro trabalhos longos, sendo três em clubes grandes. Espero, sinceramente, que possa terminar o ano aqui. Gosto de trabalhar em time grande e o Vila Nova é grande.

A contratação do goleiro Wendell, primeiro contratado, teve seu aval?

Teve meu aval. O Wendel teve poucos jogos disputados no Paraná, mas é um goleiro com qualidade e com idade boa.

Você conhece todos os jogadores do Vila Nova?

Conheço todos os jogadores do Vila Nova, jogamos contra duas vezes. Dos atletas que ficaram eu gostei, contudo, pedi autorização para analisar os jogadores que ainda estão aqui para decidir se ficam ou não. Já tive trabalhos onde peguei uma lista de empréstimo e o cara virou titular absoluto.

O que aconteceu com o CRB que perdeu força na reta final da Série B?

O CRB está e se planejou para terminar a Série B onde acabou. Não foi realizado investimento para subir. Tivemos a felicidade de ter um excelente primeiro turno, enquanto as outras equipes ainda estavam se remontando, o CRB já estava pronto. No segundo turno, o CRB não teve orçamento para acompanhar os grandes clubes. Precisavam ter renovado o plantel, não posso ficar justificando por ter feito parte do projeto. Como o campeonato é de 38 rodadas, o CRB terminou onde desejava: na primeira metade da tabela.

Dá para cobrar resultados positivos do Vila Nova nas primeiras rodadas do Goianão?

Já tive um trabalho de 14 dias de pré-temporada, jogando de quarta a domingo. Penso, e minha escola me diz, que de três a quatro semanas é o tempo suficiente para montar um time competitivo. Nós temos que nos preocupar conosco, o Vila hoje tem um calendário completo. Espero contar com profissionais que já estiveram aqui no último torneio disputado. Existem várias situações que precisam ser pontuadas, como lei junto aos jogadores e férias. Por isso pedi a transferência da apresentação. Acredito que 26 dias até a estreia será o suficiente.

Você diria que o Vila Nova é grande e tem projeto para conquistar o acesso?

Penso que nesse primeiro momento, o objetivo é a reestruturação do clube, principalmente internamente, no estadual, por ser um clube grande, temos que chegar a semifinal. O assunto acesso para Série B quero discutir apenas lá para o mês de maio. A competição é muito complicada para ser comentada em janeiro. Precisamos de uma série de fatores que vai determinar como vamos chegar para o campeonato. Usando um termo grosso, é um crime a logística da Série B, penso que é muito cedo para falar de acesso. Vamos ter calma, fazer o trabalho de reestruturação geral para que possamos traçar os objetivos para o decorrer do campeonato, após o estadual. No mínimo precisamos manter o clube onde ele está.