O Vila Nova nunca foi um time conhecido e reconhecido por ser criativo na ação de angariar fundos de investimentos para as categorias de base. No entanto, carrega o rótulo de ser um clube formador de grandes jogadores ao longo de sua história. Suas maiores vitórias foram construídas por meio de atletas formados nos gramados irregulares do estádio Onésio Brasileiro Alvarenga. Foi assim em 1995 e foi assim em 2005 na conquista dos títulos nacionais. As glórias do clube estão diretamente legadas a relação que os atletas possuem com a entidade. Quanto mais intimamente ligados, mais forte foi a relação clube, jogadores e torcida.

Ao longo dos últimos dez anos, o atual grupo, que comanda o Vila Nova, esteve a frente em pelo oito. Durante este período, muito foi investido em time, pouco em estrutura e capacitação do clube. Neste período, algumas reformas paliativas foram feitas no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga e a doação de uma área ao lado do aeroporto Santa Genoveva, onde inúmeros projetos foram apresentados e apenas um vestiário ultrapassado, seis campos e um muro foram construídos até o momento.

Na escolhinha, a iniciação esportiva dentro do Vila Nova, o cenário é ainda mais desolador. Atualmente são apenas 150 alunos que são distribuídos ao longo da semana em turmas divididas em três profissionais. A queda de inscritos se deve principalmente a falta de estrutura para atender os alunos e o aumento da mensalidade proporcionado por Lúcio Antônio Rodrigues quando ainda era gerente de futebol e dividia as atenções da base com o profissional. Como outra medida foi o fechamento da categoria sub 13 por parte deste dirigente que tinha autonomia do então diretor de futebol, Newton Ferreira.

As mudanças resultaram no fracasso dentro de campo das únicas três categorias em atividade que não chegaram as finais neste primeiro semestre de 2014. Luis Dário de coordenador da base, passou a ser técnico e, sem resultados, foi para a rua. Hoje nenhum jogador do sub-20 estaria pronto para, no mínimo, compor elenco nesta Série B do Brasileiro.

Contextualizei todo o cenário para chegar até a notícia. Nesta semana a diretoria deve anunciar o novo diretor da base. O conselheiro Hugo Jorge Bravo foi procurado para voltar a liderar o setor, onde esteve a frente de junho de 2012 a junho de 2013. Mesmo com falta de estrutura e apoio por parte da diretoria, conquistou títulos e levou vários atletas ao profissional. No fim deste período assumiu o cargo de diretor de futebol,  mesmo sem recursos montou a base da equipe que conquistou o acesso da Série B. Os jogadores que ele contratou foram titulares ou subitamente foram liberados, os que chegaram não acompanharam o nível daqueles que saíram.

Conversei com o Hugo Jorge e ele me disse que estão em negociação. A conclusão deve acontecer até sexta-feira. Ele pede autonomia para promover mudanças. Espero que ele tenha autonomia e tempo para poder executar um trabalho que será apolítico e voltado para o sucesso do próprio clube. Assim além de formar jogadores, o Vila não esteja formando um vilanovense dirigente.

Quanto as escolinhas, que o Vila Nova olhe para o Atlético e adapte um sistema de franquia semelhante ao rubronegro, incentive a produtividade em busca de novos atletas e repense o custo deste setor.