“Eu sou muito tranquilo, e sou político. Eu entendo essa pressão, é legítima a reinvindicação”. Sem muita preocupação, o secretário-chefe da Casa Civil do governo de Goiás, Vilmar Rocha, respondeu às reclamações do presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba. Vilmar viu com naturalidade a pressão de Sebba e outros deputados, principalmente no que se refere às nomeações para os cargos comissionados, mas garantiu o andamento do processo.

“Nós estamos decidimos fazer o preenchimento dos cargos em comissão de forma ordenada. Vai ser feito em cada secretaria uma modulação, vai ser definido quantos cargos em comissão cada secretaria vai ter. A Secretaria de Gestão e Planejamento está preparando, está conversando com os outros órgãos para discutir essa modulação”, disse Vilmar Rocha, em entrevista à Rádio 730.

O Secretário ressaltou que é preciso critério para este tipo de nomeação, e a meta do governo é reduzir ainda mais os cargos comissionados. “Já houve uma redução na reforma administrativa de mil cargos comissionados, e a ideia nossa é de reduzir ainda mais. Goiás é um dos três estados que tem o maior número de cargos em comissão no Brasil”, afirmou o deputado federal licenciado. Ele citou como exemplo o Detran, que hoje possui aproximadamente 70% dos servidores com cargos em comissão, o que não deveria acontecer.

“A ideia é reduzir, porque o cargo em comissão é de livre nomeação, de livre arbítrio, e muitas vezes é difícil estabelecer critérios para esses cargos, além do mais aumenta o arbítrio político na nomeação”, argumentou. “Isso será um passo importante na profissionalização do serviço público”, completa Vilmar. Segundo ele, o secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, já se reuniu com alguns secretários, e nos próximos dias se reunirá com os restantes para definir o equilíbrio nessas nomeações. A intenção é concluir em até 20 dias esse processo.

Pressão política

Vilmar se manteve tranquilo diante das reclamações de Jardel Sebba sobre o assunto, e acredita que a postura do presidente da Assembleia foi apenas uma reação às pressões internas nos partidos. “Às vezes o deputado tem que dar uma satisfação à sua base, que o pressiona, que o cobra por isso”, comentou. “Essas pressões políticas são legítimas, eu encaro isso com absoluta naturalidade e tranquilidade. O caminho que nós estamos procurando é o correto”, garante.

Segundo Vilmar, o processo de modulação dos cargos comissionados, como definiu, está sendo acompanhado de perto pelo governador Marconi Perillo. “O governo é um só. A Casa Civil é parte do governo, é claro que tem concordância, ele acompanha, ele analisa, ele está sabendo de tudo”, conclui.