Em visita surpresa, realizada no dia 15, Cristina Lopes (PSDB), vereadora de Goiânia, realizou, junto com Victor Alencar, presidente da comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB – seção Goiás), uma vistoria no aterro sanitário da capital juntamente e encontrou diversas irregularidades.
A vereadora questiona o planejamento do aterro, já que tanto o chorume quanto o lixo hospitalar são transportados e tratados em outros locais, retornando depois para o aterro, o que pode aumentar o risco de contaminação e o custo para a prefeitura.
Acompanhe a reportagem de Priscylla Borges:
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De acordo com a vereadora, o problema mais alarmante é a possibilidade do solo e do lençol freático estarem contaminados devido ao descarte incorreto do chorume. “Nós temos uma lagoa irregular, que deveria armazenar o chorume, que é o produto final do lixo, e essa lagoa não tem a proteção, a manta vulcanizada de proteção e está direta na terra, no solo, contaminando o lençol freático. Era uma situação provisória, que começou em dezembro de 2014, e segue agora, em julho de 2015”.
Victor Alencar, presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB Goiás, contou quais providências serão tomadas pela Ordem dos Advogados para punir os responsáveis pelas irregularidades. “Iremos abrir uma frente de trabalho para investigar o ocorrido. Vamos convocar todos os órgãos de fiscalização e controle e, caso não haja uma ação, uma medida judicial, a própria OAB visa propor uma ação civil pública. Antes vamos confirmar com o Ministério Público, com a DEMA (Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente), se existe algum inquérito criminal em andamento, e até mesmo com a AMMA (Agência Municipal do Meio-Ambiente), que teria a responsabilidade administrativa dessas infrações que estariam acontecendo”.
A resposta
Em entrevista exclusiva ao programa Cidade Fala na manhã de sexta-feira, o presidente da Comurg, Ormando José, falou a respeito do assunto e destacou que esta não é a primeira vez que há uma denúncia do tratamento dado ao chorume. “Essa já é uma segunda denúncia, na realidade. Já está sendo investigado pelo Ministério Público e nós estamos atendendo todas as recomendações e continuando o trabalho e planejamento que é feito no aterro sanitário”.
O presidente da Comurg destacou que, após a primeira denúncia, a direção da companhia está atenta a possíveis problemas. “Todas as demandas que forem pertinentes e necessárias, já foram tomadas. Elas tem de ser executadas diariamente, já que o aterro funciona 24 horas. Tudo que houver de irregularidade, com certeza será sanado”.
Ormando explicou ainda como é feito o tratamento do chorume produzido no Aterro Sanitário de Goiânia e garante que não está havendo contaminação. “Temos uma empresa especializada que faz o monitoramento de todas as aguas e afluentes do aterro sanitário e nenhum laudo emitiu informação positiva de que tenha essa contaminação, nem do solo, nem do lençol freático”. Por fim, destacou que a prefeitura de Goiânia já está trabalhando para a regulamentação do gerenciamento de resíduos.
*Com informações de Priscylla Borges