Em 1996, o Goiás começou o Brasileirão apostando nos experientes. No banco de reservas, o técnico Cabralzinho, que um ano antes havia ficado com o vice campeonato no comando Santos, enquanto que em campo, o meia uruguaio Matosas, que já tinha atuado no futebol brasileiro por São Paulo e Athletico Paranaense. Sem bons resultados, a ideia de um time mais “pesado” logo foi esquecida e a arrancada até a semifinal da competição começou a ser construída.
Com a saída de Cabralzinho, o Goiás ainda fechou com outro técnico conhecido no futebol brasileiro: Valdir Espinosa, que curiosamente comandou o Goiás somente na derrota para o Flamengo na cidade de Jataí. Depois de tantas “cabeçadas”, uma solução caseira com a chegada do não menos experiente Paulo Gonçalves, já consagrado no cargo de técnico esmeraldino por boas campanhas anteriomente, e que passaria a apostar em jogadores que já estavam na Serrinha.
“No começo, os jogadores que já estavam no clube, como eu, Dill, Lúcio e o próprio Evandro, não estávamos como titulares porque o Cabralzinho tinha contratado alguns jogadores, mas ele caiu, o Paulo Gonçalves assumiu, apostou na gente, e demos uma arrancada fenomenal”, lembra Alex Dias, que de contestado desde sua chegada em 1995, passou a intocável no time que sofreu uma “mudança radical” com a chegada do novo técnico.
“O Paulo Gonçalves fez uma mudança radical, porque tinham os “medalhões” que haviam sido contratados pelo Cabralzinho, e nós correspondemos. Lúcio voando no meio – campo. Eu e o Dill lá na frente, depois contrataram o Jacques pra fortalecer mais ainda, o próprio Evandro, lá atrás, bem servido, com o Kléber no gol, Índio na lateral, Sílvio Criciúma, Richard, no meio – campo com Romeu, então tínhamos um time muito forte”, lembra Alex Dias, que de contestado desde sua chegada em 1995, passou a intocável no ataque esmeraldino”, recorda o então camisa 7 do Goiás.

A base daquele time comandado pelo professor Paulo Gonçalves, tinha: Kléber; Índio, Sílvio Criciúma, Richard e Augusto; Romeu, Reidner, Lúcio e Evandro; Alex Dias e Dill. Em entrevista concedida ao repórter Rafael Bessa, Alex Dias tem na memória as boas atuações, mas uma é especial, contra o Grêmio no Olímpico, em Porto Alegre, ainda na fase de classificação do Brasileirão
“Lembro do jogo contra o Grêmio, ainda não era a semifinal, a gente jogou no Olímpico, em Porto Alegre, vencemos por 3 a 1, ganhei uma placa, fiz dois gols nesse dica, um de placa no Danrlei, isso ficou marcado pra mim”.
Um outro jogo também ficou marcado para Alex: a volta contra o Guarani nas quartas de final. No Serra Dourada, o Goiás havia vencido por 3 a 1 e tinha a vantagem para se classificar. As dificuldades fora de campo, com as “artimanhas” de um velho dirigente bugrino, deram o tom de como seria atuar no estádio Brinco de Ouro.
“Pra chegar no estádio foi terrível, porque o Beto Zini, presidente do Guarani, queria tentar ganhar de tudo quanto é jeito. No hotel, aquela pertubação, e no estádio o portão estava fechado, quando alguém da comissão conseguiu arrebentar o cadeado com um martelo, na sala de aquecimento, tinha um óleo, pra gente escorregar, mas entramos em campo, perdemos só de 1 a 0 e passamos para a final”, relata Alex, que não esconde uma certa frustração, afinal em 1996, o sonho do título brasileiro ficou bem perto.
“Claro que dava. A Portuguesa (perdeu a final para o Grêmio) tinha um time bom também, mas a gente perdeu a vaga aqui no Serra Dourada, porque sempre jogamos bem fora de casa contra o Grêmio. Nos faltou tranquilidade”.