A cidade é machista ao extremo e o fato se comprova na crise enfrentada pelo Centro de Valorização da Mulher, o Cevam. Aliás, penúria financeira no Cevam nem é mais notícia, é a rotina. Agora, a miséria alcançou o apogeu. Finalmente, o governo do Estado resolveu ajudar a entidade, mas o Cevam não pode receber a verba porque a burocracia exige certidões. Para tirar os documentos, o Cevam precisa de R$ 7 mil.
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Goiás tem diversos políticos em condição de ajudar. Os três senadores, Cyro Miranda, Lúcia Vânia e Wilder Morais, podem dividir a conta. Caso paguem as certidões do Cevam, vão demonstrar que se importam com a luta contra a violência doméstica. O mesmo vale para o bilionário Júnior Friboi, que deseja governar Goiás. Friboi fatura U$ 100 bilhões por ano e a dívida do Cevam não compra 300 quilos de picanha. Vanderlan Cardoso também quer governar Goiás e pagar os R$ 7 mil do Cevam seria fazer sua boa ação da pré-campanha. O presidente regional do PMDB, Samuel Belchior, poderia ajudar as crianças vítimas de pais agressores. A deputada federal Magda Mofatto é outra esperança do Cevam, pois tem boa vontade. O Cevam emite o recibo, o doador abate no Imposto de Renda e os R$ 7 mil não pesarão no bolso.
Qualquer pessoa está convidada a ajudar. Se não tiver os 7 mil, não tem problema, doa o tanto que puder. O Cevam vive da generosidade do povo goiano e retribui com muito mais. A entidade foi fundada por mulheres guerreiras capitaneadas pela líder Consuelo Nasser. Enquanto o Diário da Manhã teve folga financeira, o jornalista Batista Custódio não deixava o Cevam passar um perrengue como o atual.
O Cevam abriga as vítimas da violência de gênero. Protege as mulheres e os filhos dos valentões. Quem deseja conhecer a sede do Cevam, basta ir à rua abaixo da Estação Rodoviária. Vai receber muitas lições de vida.
A crise no Cevam prova que Goiás cresceu e se desenvolveu, mas apenas economicamente. Os modos permanecem na República Velha. Nos Estados Unidos, os ricos dão fortunas para as entidades. Em Goiás, não contribuem nem com migalhas. Gastam R$ 7 mil num jantar, num camarote de show brega, na lataria da caminhonetona. E nada para resguardar as mulheres e as crianças atingidas pela forma mais perversa do machismo, o dos punhos. Vamos esperar Wilder Morais, Cyro Miranda, Lúcia Vânia, Júnior Friboi, Vanderlan Cardoso, Samuel Belchior, Magda Mofatto. Vamos esperar pelas pessoas de bem. Não é possível que um Estado tão rico não junte R$ 7 mil para salvar tantas crianças, tantas mulheres.