Ex-lateral direito, passagens pela Seleção Brasileira e um vasto currículo de conquistas e passagens por clubes de massa na época de jogador e agora como treinador. Este é José Teodoro Bonfim de Queiroz, ou apenas Zé Teodoro, atualmente treinador do Santa Cruz e que tem história marcada no Goiás e Atlético. Em entrevista à RÁDIO 730, ao repórter Pedro Henrique Geninho, Zé Teodoro falou dos desafios na Cobra Coral, do caminho árduo de treinador no país, da vontade de voltar a Goiás e do momento dos clubes goianos no cenário nacional.
Ouça a entrevista com Zé Teodoro na íntegra:
{mp3}stories/audio/Reportagem_Esporte/2011/ABRIL/z teodoro – pedro henrique1{/mp3}
- “Fui consultado e lógico que tenho interesse em assumir o Vila”, afirma Zé Teodoro
- Em boa campanha pelo Santa Cruz, ex-atleticano Weslley exalta torcida coral
Natural de Anápolis, Zé Teodoro fez carreira no Goiás como jogador, de 1981 a 1985, onde conquistou três títulos goianos. Foi bicampeão brasileiro com o São Paulo (1986 e 1991) e ganhou uma Copa América com a Seleção Brasileira em 1989. Como treinador, iniciou a trajetória na Jataiense, em 1996, mas ainda não alcançou nenhuma equipe de ponta na carreira.
“Já venho fazendo bons trabalhos, até no Campeonato Paulista. Meu caminho é diferente dos outros que começaram e chegaram a clubes grandes. Prefiro me preparar melhor e amadurecer. Obtive títulos que pelo Fortaleza em 2010 e em 2004 pelo Náutico, passei pelo Juventude, por todas as divisões, mas esse trabalho no Santa Cruz, a repercussão está sendo maior pela situação que o clube vivia e por nós resgatarmos o respeito”, acredita Zé Teodoro.
Sucesso no “Mundão do Arruda”
Zé Teodoro tem se destacado como treinador no futebol pernambucano. Em 2004, foi campeão estadual com o Náutico e agora, com o Santa Cruz, lidera a competição e gera expectativas em um clube que tenta renascer das cinzas e não levanta um título desde 2005.
“Estamos no caminho que tentar recuperar um clube que há muitos anos vem passando uma situação difícil, brigando na Série D, e esse ano está começando bem. Está sendo reestruturado e melhorando cada vez mais. Estamos em um ano muito positivo, com uma maior seriedade, o grupo comprometido, hoje o clube é outro. Estamos levantando o Santa Cruz, que tem uma torcida do nível de Flamengo e Corinthians”, enaltece o comandante.
E Zé Teodoro não mente ao comparar a torcida tricolor com as duas maiores do Brasil. A média de público da Cobra Coral no Arruda é superior a 22 mil pagantes, algo impensável para um clube que amarga a Série D nacional. Mas Zé Teodoro explica que o sofrimento aproximaram o clube do apaixonado torcedor.
“Eu já trabalhei no futebol pernambucano, no Náutico, no Sport, mas trabalhar no Santa Cruz é bem diferente. A torcida do Santa Cruz, que é sofrida e nesses anos tem amargado tristezas, agora só tem tido alegria. O torcedor do Santa é parceiro, 12° jogador, ele que tem dado essa sustentação para a diretoria, comissão técnica e jogadores”, revela o treinador.
De volta para casa
O bom momento no comando do Santa Cruz não impede Zé Teodoro de sonhar com a volta ao território goiano. O treinador foi procurado pelo Vila Nova, porém considera que ainda não encerrou o trabalho em Recife. Ainda assim, ele sabe que está chegando a hora de retornar e destaca que os treinadores merecem uma valorização dos clubes do próprio estado.
“Todos os treinadores goianos tem competência e capacidade para assumir qualquer um time da capital. Agora, o treinador que é de casa precisa ter respaldo e tempo para trabalhar, e valorizar em todos os termos. Não só eu, mas todos que saíram daí, tem vontade para voltar, acho que não há necessidade de fazer investimentos altos se tem um treinador que conhece o futebol goiano e conhece jogadores para montar um bom time”, defende.
O último trabalho em Goiás do treinador foi no Atlético, em 2008. Ele participou da ascensão rubro-negra e acredita que tudo realizado até aqui foi parte de um planejamento muito bem desenvolvido. Com história marcada no Goiás, Zé Teodoro analisa que as pessoas do clube precisam pensar grande e ousar mais para refazer a imagem no cenário nacional. Ele projeta bons momentos num futuro breve para os três times da capital.
“Acho que o Atlético, pela estrutura que tem, é o momento de permanecer na Série A. Acho que está chegando a hora do Vila Nova buscar o espaço e não está muito longe, o Vila precisa recordar a torcida, é uma torcida que faz acontecer. O Goiás eu acho que vai precisar de uma reestruturação para poder voltar. As coisas estão mudando, agora é a vez do Atlético, depois o Vila Nova e o Goiás precisa resgatar sua condição, mas os três tem boas condições”, projeta o técnico.