O acesso de uma série para outra dentro do Campeonato Brasileiro marca a carreira de qualquer jogador, e para muitos é novidade. No entanto, para um atleta em específico a conquista é corriqueira. Aos 28 anos, o goleiro Maurício Kozlinski já conquistou três acessos da Série B para a Série A, dois com o Avaí em 2016 e 2018 e um com o Atlético nesta temporada de 2019.

Desta forma o camisa 1 chegou a 100% de aproveitamento na competição, já que nas três edições em que esteve em campo, conquistou três acessos. Em entrevista às Feras do Kajuru, Kozlinski revelou não tem “estrela” e que o segredo do sucesso é o trabalho.

“Não é estrela não, é muito trabalho. Os meninos estavam brincando comigo que todo time que eu vou sobe, mas eu falei para eles que é muito trabalho, pensar positivo o tempo todo, tentar puxar todo mundo para cima com o pensamento de que vai dar tudo certo e foi assim que nós conquistamos esse ano, acreditando até o último momento. Muita gente deixou de acreditar depois que saímos do G4 na penúltima rodada, mas dentro do clube todo mundo pensou positivo, quando um desanimava o outro ia e puxava para cima. A gente sempre acreditou e no final deu tudo certo”, explicou.

Kozlinski (Foto: Paulo Marcos/Ass ACG)

Um dos principais nomes do Dragão no ano, Kozlinski acumulou prêmios de “Fera do Jogo” ao longo do torneio e para fechar bem o ano, também foi eleito pelos comentaristas das Feras do Kajuru o melhor jogador em campo na partida final contra o Sport. Com isso, receberá uma cesta da Marajoara Alimentos e um fogão elétrico da Center Pisos.

“Muito obrigado, mais um prêmio individual, e o mais importante de tudo nós termos conquistado o prêmio coletivo que foi o acesso. Fico muito feliz em ter ajudado e espero, em 2020, ajudar bastante”, agradeceu.

Por isso, o balanço de Kozlinski só poderia ser positivo. Eleito o melhor goleiro da Série B pelo site FootStats que computa a média das notas por rodada, esteve em campo com a camisa rubro-negra em 57 oportunidades e passou 25 jogos sem sofrer gols. Por esses e outros motivos, o goleiro elegeu este como o melhor ano de sua carreira.

“Estava comentando com minha esposa, acho que a escolha que eu fiz no final do ano passado dentre todas as equipes que me fizeram proposta, foi a melhor escolha possível. Vimos times que fizeram proposta pra mim sendo rebaixados, brigando no meio da tabela, então fico muito feliz por ter feito a escolha certa. A gente não sabe onde as nossas escolhas vão nos levar e dessa vez ela me levou para um caminho muito bom. Um título estadual com um acesso, muitas partidas disputadas e eu só tenho a agradecer porque foi o melhor ano da minha carreira, com certeza. Foi um ano muito especial para mim e minha família e a gente espera que 2020 seja ainda melhor”.

Apesar das estatísticas e das conquistas no gol do Atlético, Kozlinski passou por uma fase ruim dentro da Série B. O goleiro falhou contra o Operário e, na visão de alguns torcedores, caiu de desempenho últimas rodadas.

“A cultura aqui no Brasil é olhar para isso, para quando o jogador falha e fica batendo bastante nessa tecla. Eu penso diferente, procurei ver o tanto de coisas boas que fiz durante o campeonato, o tanto que eu ajudei, meus números falam por si só, nas estatísticas vão ver o tanto que fui importante para o Atlético no acesso. Mas a cultura do brasileiro é essa, tentar jogar as pessoas para baixo, maximizar os erros e não lembrar dos acertos. Eu tenho uma cabeça muito tranquila, sei que todos os jogadores passam por uma fase ruim e comigo não foi diferente. Acho que o time deixou a desejar em alguns momentos, mas isso passou, nós conquistamos nosso objetivo e acho que tem que valorizar as coisas boas que a gente fez, tanto eu como o clube”, analisou.

Por outro lado, o jogador sempre foi muito querido pela torcida rubro-negra, que chegou a recepciona-lo no aeroporto após a partida em Ponta Grossa. “Foi importante esse apoio, tanto para mim quanto para o grupo. Muita gente desacreditava do acesso e nós vimos o Accioly lotado no último jogo, então tinha muito mais gente acreditando do que desacreditando. Isso mostra a força da nossa torcida e o apoio que ela nos deu não só na última partida, mas em todo o campeonato e isso tornou as coisas um pouco mais fáceis para conseguirmos ao acesso”.

Com seu terceiro acesso garantido, pela primeira vez Kozlinski chega na primeira divisão como titular absoluto de um clube. Em 2017, com a camisa do Avaí, não jogou todas as partidas. Mas com o conhecimento da Série A, ele espera uma competição complicada e por isso vai ser importante descansar nas férias antes do início da pré-temporada.

“A ficha do acesso ainda não caiu, mas o Adson já começa a planejar porque a gente sabe que ele é muito competente e inteligente para montar as equipes. Acho que ele manter uma base vai ser importante para o nosso clube. Nós jogadores estão aproveitando nossas férias, descansado e tirando um pouco dessa pressão para quando voltarmos estarmos com as energias recarregadas, fazermos um bom trabalho porque a gente sabe que a Série A é muito difícil e nós temos que nos preparar para fazer um bom trabalho”, destacou às Feras do Kajuru.

Pré-temporada rubro-negra que, diferentemente do que aconteceu neste último ano, só vai se iniciar no dia 2 de janeiro. Preparação para o primeiro jogo oficial de 2020, estreia no Campeonato Goiano contra o Grêmio Anápolis, no Estádio Jonas Duarte, no dia 23.

“Já tive uma mostra do que foi no ano passado, realmente eu nunca tinha passado por uma pré-temporada tão exigente. Dessa vez eu já sei, já vou preparado psicologicamente. Sei que vou sofrer bastante, mas se for para termos os mesmos resultados que tivemos esse ano vai ser prazeroso e um esforço válido que ninguém vai reclamar”, concluiu Kozlinski.