A Câmara dos Deputados aprovou em julho, ações emergenciais destinadas ao setor esportivo enquanto as medidas de isolamento estiverem vigentes: auxílio para atletas, renegociação de dívidas de entidades, linhas de crédito, entre outras. Será destinado um total de R$ 1,6 bilhão para a ajuda aos trabalhadores. A regra vale para atletas, paratletas, técnicos, preparadores, professores de educação física, árbitros, promotores de competições, profissionais de saúde, massagistas, entre outros.

O texto que dará direito a três parcelas de R$ 600 aos profissionais, segue para o Senado Federal. Diante deste cenário, para conversar sobre o assunto, o Debate Super Sábado (8) entrevistou o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol, Luciano Joka; e o presidente da Federação Goiana de Atletismo, Genivaldo José Caixeta.

Luciano Joka está na expectativa para a aprovação do projeto, apesar da demora, o auxílio será importante para os atletas, visto que muitos tiveram dificuldades para tirar o auxílio do Governo Federal. “Hoje, nós temos um grupo em que a maioria vive de arbitragem. Esses profissionais abriram mão dos seus empregos, abriram mão de muitas coisas para exercer a atividade de árbitro de futebol. Quando veio a pandemia, veio a paralisação do futebol e, isso atingiu em cheio a nossa categoria, porque acabou com o nosso meio de existência”, afirma o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol.

Para receber o auxílio, que segue para aprovação, os profissionais devem comprovar atuação na área esportiva nos 24 meses anteriores à lei, não ter emprego formal ativo, e cumprir os seguintes requisitos: renda per capta de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários. Luciano Joka, ressalta que “espera qualquer tipo de auxílio, nesse momento é super importante”.

Genivaldo José, reconhece que o setor esportivo foi o mais atingido com o isolamento social, e será o que mais vai demorar para voltar as suas atividades normais. “Nós temos entre as várias modalidades esportivas do atletismo, a corrida de rua, que tem em Goiás umas 50 provas ao longo do ano, e paga premiação para os campeões, os principais atletas. Essas provas deixaram de existir, então, esses atletas realmente estão passando por muita dificuldade”, declara.

Apesar das dificuldades, o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol, afirmou que tentou o auxílio do Governo Federal, para que os projetos fossem aprovados, mas esbarraram em muitas em burocracias. “A gente espera que agora a gente possa ter uma liberação do nosso projeto, apoio com linhas de crédito, e também apoio das entidades. Nós tivemos apoio da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, da Confederação Brasileira de Futebol… e a gente espera que agora, também tenhamos apoio da Federação Goiana de Futebol, para que a gente possa repassar recursos para os árbitros e trabalhar em cima de projetos.”

Genivaldo José, lembra que já foi árbitro e sabe das dificuldades nesse meio. “Fui formado pela Federação Goiana de Futebol há muito tempo atrás, e eu sei como é. Muitos árbitros realmente vivem do faturamento da prestação de serviço na arbitragem de futebol, completamente diferente do árbitro de atletismo. O árbitro de atletismo fica das 7h às 18h na pista e, no final ele recebe uma ajuda de custo de R$ 100 a R$ 150. O árbitro não depende da taxa de arbitragem para atuar na modalidade atletismo, ele atua porque é um profissional de educação física, um ex treinador, ex atleta, que é apaixonado pela modalidade e se doa nesse dia da competição.”

Luciano Joka, ainda, reforça a importância do auxílio. “No caso do auxílio emergencial para o esporte, nós não estamos falando somente na subsistência, na manutenção do cara poder se alimentar, poder suprir as necessidades básicas. Quando falamos em esporte, nós estamos falando em investimento, em preparação, em manutenção de emprego, manutenção da atividade esportiva. Quando você fala em auxílio emergencial, tem muita gente que tá sem dinheiro para correr, para treinar… Então esse auxílio é a manutenção da atividade esportiva.”

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