O uso do fogo em pastagem e desmate para agricultura respondeu por 32% das áreas queimadas da Amazônia entre 2003 e 2020. A informação é de um estudo brasileiro, que foi publicado na revista científica Global Ecology and Biogeography

O estudo apontou que outras áreas também tiveram um elevado focos de queimadas. 29% dos focos foram em campos naturais e 16% em áreas de florestas maduras. Os pesquisadores avaliaram, então, que o usos do fogo no desmate contribuiu mais com os focos de incêndio do que o déficit hídrico, que causa a seca extrema.

Dados da pesquisa mostraram que cerca de 63% da floresta está concentrada na Amazônia brasileira. A região amazônica, no entanto, também está presente nos territórios de outros oito países.São eles o Peru, aBolívia, a Colômbia e a Venezuela. E ainda o Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Equador.  A pesquisa analisou a floresta em todos os países e destacou que Brasil e Bolívia juntos, são os que mais detectaram focos de fogo no período. 

Alerta

O trabalho contou com uma ação conjunta de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Além da participação de profissionais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e do apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Os dados da pesquisa trazem um alerta para os riscos do manejo com fogo para a floresta e sua biodiversidade. Segundo a Fapesp, o resultado também destacou a importância para a evolução sustentável da agricultura.

Marcus Silveira, da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, avaliou que a agricultura brasileira adota o fogo como técnica, mas sem o manejo adequado. Por isso, ao incendiar terras agrícolas, existe o risco que o fogo atinja a floresta.

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