Na edição #73 do Sagres Internacional, Rubens Salomão e o professor Norberto Salomão analisam assuntos importantes como as manifestações antirracistas nos Estados Unidos; maior autoridade militar americana pede desculpas por ter participado de encenação de Trump; com lockdown ‘insustentável’, Índia reabre em meio a disparada de casos e temores de ‘bomba-relógio’; economia do Reino Unido tem tombo recorde de 20,4% em abril; Europa vai barrar a entrada de brasileiros enquanto pandemia não estiver controlada; e ainda a música mais tocada nas paradas da África do Sul.

Como sempre, o programa começa abrindo aspas para o general Mark Milley, chefe do Estado Maior Conjunto e principal autoridade militar dos Estados Unidos, que pediu desculpas por ter participado da caminhada do presidente Donald Trump para encenar uma foto na Igreja Episcopal de São João, próxima à Casa Branca, depois de mandar dissolver um protesto contra o racismo e a violência policial que acontecia na área, em 1º de junho.

“Muitos de vocês viram o resultado da foto minha na Praça Lafayette na semana passada. Isso foi a faísca para um debate nacional sobre o papel dos militares na sociedade civil. Eu não deveria estar lá. Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna. Como oficial da ativa, foi um erro com o qual aprendi, e espero sinceramente que todos nós aprendamos com ele. Nós que usamos as insígnias de nossa nação, que viemos do povo, devemos sustentar o princípio de Forças Armadas apolíticas que tem raízes firmes na base da nossa república”, disse Mark Milley.

As primeiras declarações públicas de Milley desde a sessão de fotos de Trump, quando forças da Guarda Nacional reprimiram centenas de pessoas que se manifestavam pacificamente na Praça Lafayette para que o presidente pudesse posar com uma Bíblia na mão em frente à Igreja de São João, irritaram a Casa Branca.

Desde que começaram os protestos provocados pela morte do segurança negro George Floyd por um policial branco, no dia 25 de maio, o presidente dos Estados Unidos assumiu posições cada vez mais duras contra o movimento. Trump ameaçou enviar os militares aos estados para reprimir os manifestantes, mas acabou desautorizado pelo secretário da Defesa, Mark Esper.

Em seguida, vários ex-chefes militares criticaram a ameaça de Trump de usar as Forças Armadas na repressão, incluindo  Martin Dempsey, ex-chefe do Estado Maior Conjunto entre 2009 e 2007; Colin Powell, que foi secretário de Estado do republicano George W. Bush; e Jim Mattis, ex-secretário da Defesa de Trump. Milley, no entanto, é o primeiro alto chefe militar da ativa a se distanciar de Trump publicamente.

Informações pelo mundo

No dia 24 de março, o governo indiano iniciou um estrito isolamento da população e ordenou o fechamento de comércio e serviços não essenciais, o número de casos positivos de coronavírus somava cerca de 500. Com uma população de 1,3 bilhão e cidades densamente povoadas, as autoridades sabiam que o alastramento da doença poderia tomar uma dimensão catastrófica.

Nesta semana, a Índia começou a aliviar o confinamento depois de dois meses, 280 mil casos e 8 mil mortes. O motivo é justamente pelo despeito dos recentes recordes diários de diagnósticos positivos e da escassez de leitos no país. Mas há vários alertas de que os números de casos e mortes estão subnotificados.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido desabou 20,4% em abril na comparação com o mês anterior, devido ao confinamento decretado para frear a propagação da pandemia de coronavírus, anunciou nesta sexta-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).

O resultado é uma queda recorde e acontece após a contração de 5,8% em março, de acordo com os dados oficiais. Abril foi o primeiro mês completo confinamento, que começou em 23 de março e praticamente paralisou a atividade econômica do país, um dos mais afetados do mundo pela pandemia, com mais de 41.000 mortes provocadas pelo coronavírus.

As restrições foram flexibilizadas progressivamente e a maioria dos estabelecimentos comerciais, com exceção de pubs e restaurantes, reabrirão as portas na segunda-feira (15). O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a economia do Reino Unido irá registrar retração de 6,5% em 2020.

Nesta sexta-feira (12), o Reino Unido confirmou formalmente à União Europeia (UE) que não deseja ampliar o período de transição pós-Brexit, que vai até o fim de 2020, antes de uma reunião virtual sobre o tema na semana que vem. Após um ano de idas e vindas e de caos político, o Reino Unido deixou a UE oficialmente em 31 de janeiro, graças à esmagadora maioria absoluta obtida pelos conservadores do premier Boris Johnson nas eleições legislativas de dezembro.

O país está atualmente em um período de transição, em que ocorrem poucas mudanças, para permitir que Londres e Bruxelas negociem o novo acordo que vai governar suas futuras relações comerciais. Esse período, que expira em 31 de dezembro, poderia ser prorrogado por até dois anos. Se fosse o caso, Londres deveria solicitar essa extensão antes de 1º de julho. Após quatro rodadas de contatos, realizadas por videoconferência, devido à pandemia de coronavírus, as negociações estão bloqueadas em vários pontos-chave.

Os esforços para melhorar as relações diplomáticas entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos deram lugar à desesperança, disse nesta o chanceler norte-coreano, Ri Son Gwon, dois anos depois de uma reunião de cúpula entre Kim Jong-un e Donald Trump. “A esperança de melhorar as relações, que era muito alta e observada pelo mundo inteiro há dois anos, converte-se, agora, em desesperança, caracterizada por uma deterioração rápida”, assinalou o funcionário em comunicado divulgado pela agência de notícias oficial KCNA.

Notícias do Brasil

A Europa vai barrar a entrada de quem vive em locais em que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) não está controlada, quando abrirem suas fronteiras externas, o que está previsto para 1º de julho, informou a Comissão Europeia (poder Executivo do bloco). A lista de países que terão entrada permitida ainda será elaborada.

Na prática, residentes no território brasileiro serão impedidos de entrar na Europa enquanto o Brasil não controlar a doença. Entre os parâmetros que serão usados para permitir viajantes do exterior estão o número de novas infecções, a tendência da epidemia (se a doença está se expandindo ou foi controlada) e as políticas dos governos para combater o coronavírus, como testes, rastreamento de contatos e medidas de prevenção de contágio.

Conforme informações, o Brasil tem o segundo maior número de casos no mundo e ultrapassou o Reino Unido com o maior número de mortes. A taxa de contágio no Brasil também continua acima de 1, o que indica transmissão fora de controle.

Jair Bolsonaro foi denunciado no Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo PDT, que acusa o chefe do Executivo de crime contra a humanidade por sua postura no combate ao avanço da Covid-19 no país. A corte, cuja sede fica em Haia (HOL), informou que vai analisar a denúncia.

O documento do TPI que acusa o recebimento da petição é expresso ao afirmar que tal recebimento não significa que a investigação foi ou será necessariamente aberta. Segundo o processo aberto pelo PDT, o presidente brasileiro tem contrariado recomendações para reduzir a velocidade do contágio do novo coronavírus no país e, desse modo, colabora para o colapso do sistema de saúde.

Confira a música mais tocada na África do Sul

Elaine – Youre The One

 

As músicas que rolaram nesta edição

Kendrick Lamar – Alright

Wilson Simonal – Tributo a Martin Luther King

John Legend – Glory ft. Common

Sandra de Sá – Olhos Coloridos

 

O “Sagres Internacional” vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-GO. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais.

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