A Copa do Mundo 2010 terá uma final inédita. Além disso, o mundial da África do Sul dará ao futebol um campeão do mundo inédito. Após a desconfiança da estreia, quando perdeu para a Suíça, a Espanha superou a fama de “amarelão” e confirmou a boa fase que vinha mantendo desde o título da Euro 2008. A fúria repetiu o filme de dois anos atrás e venceu a Alemanha por 1 a 0 e decidirá a Copa com a Holanda.
A técnica apurada, a intensa troca de passes e o meio-campo diferenciado dos espanhóis levaram a mlehor pra cima do futebol alemão que tinha encantado até agora, mas que sentiu muito a falta de Müller, e não foi o mesmo no jogo de hoje. Com muitas chances criadas, a Espanha só chegou ao gol no segundo tempo com o zagueiro Puyol.
O time de Vicente del Bosque já confirma a melhor campanha do país em Copas do Mundo. A partida contra a Holanda no próximo domingo (11) às 15h30 no estádio Soccer City, em Johanesburgo, será a primeira final de Copa do Mundo da Espanha. A Alemanha vai a Porto Elizabeth no próximo sábado (10) para decidir o terceiro lugar da competição com o Uruguai, também Às 15h30.
O JOGO
A troca de passes envolvente do meio-campo espanhol se sobressaiu à técnica e o forte contra-ataque alemão no primeiro tempo. A fúria começou a partida impondo o seu ritmo de jogo e obrigou a Alemanha a permanecer acuada em campo. O time germânico sentiu muito a ausência do jovem Müller, suspenso, e perdeu muito no sistema ofensivo.
Vicente del Bosque optou por Pedro no lugar do atacante Fernando Torres, que não mostra um bom futebol desde que se recuperou de cirurgia no joelho. O substituto do jogador do Liverpool entrou para dar mais velocidade ao jogo espanhol, e foi com ele que a equipe chegou com perigo pela primeira vez ao gol alemão. Aos 6 minutos Pedro lançou bem Villa, que se esticou e chutou para boa defesa de Neuer.
A Alemanha sentia dificuldades de imprimir o mesmo estilo de jogo das fases passadas. Pressionada no seu campo de defesa, a equipe alemã errava muitos passes e não conseguiu criar muitas chances de gol, nem mesmo aproveitar os contra-golpes cedidos. Os destaques do time de Joachim Löw, Schweinsteiger e Özil, estavam bem marcados e pouco fizeram, e o time ficou pouco criativo. Entretanto a Espanha não soube aproveitar o intenso volume de jogo aplicado, e o placar ficou no zero na primeira etapa.
DOMÍNIO ESPANHOL
O torcedor alemão que pensou que o intervalo seria bom para a equipe germânica se enganou. A Espanha retornou para o segundo tempo com a mesma postura, e com um ritmo de jogo bem mais intenso do que o mostrado na primeira metade do jogo. A Alemanha se viu retraída mais uma vez, e não conseguia ter o mesmo ímpeto das partidas anteriores. Ao final da partida a Espanha teve 13 chutes a gol contra apenas 5 dos alemães.
Os espanhóis trocavam passes até chegar na área adversária e chutava bastante no gol de Neuer. Em um desses arremates, Xavi bateu para o gol aos 13 minutos e o goleiro alemão rebateu a bola, que sobrou para Iniesta. O meia do Barcelona cruzou e Villa se esticou mas não conseguiu abrir o placar.
Se pelo meio não dava, os alemães tentavam com jogadas pelas laterais, principalmente com Jansen, que entrou na segunda etapa no lugar de Boateng. Uma das poucas oportunidades da equipe tri-campeã do mundo foi aos 24 minutos, quando Podolski cruzou para Kroos, que chutou e Casillas fez uma excelente defesa.
INSISTÊNCIA É PREMIADA
Mas o lance não assustou os ibéricos, e a insistência do time espanhol foi recompensada aos 28 minutos. Após cobrança de escanteio Puyol subiu mais que a zaga alemã e cabeceou para o gol, marcando o gol mais importante da história do futebol espanhol até hoje. A partir daí, o panorama do jogo já era conhecido. A Alemanha partiu para tentar o empate, e os espanhóis recuaram para aproveitar os contra-ataques.
E quem mais se aproximou do gol foi a fúria. Em um contra-golpe, Pedro avançou pela direita com apenas um marcador ao seu lado, e Villa pedindo o passe, mas o jovem atacante tentou o drible e perdeu o domínio da bola. Os momentos finais foram de apreensão para Pedro, que certamente seria repreendido pelo lance caso a Espanha não conseguisse a classificação, mas a superioridade espanhola durante todo o jogo se manteve até o final.
FICHA TÉCNICA – ALEMANHA 0 x 1 ESPANHA
Local: Estádio Moses Mabhida, em Durban (África do Sul)
Data: 7 de julho de 2010, quarta-feira
Horário: 15h30 (Brasília)
Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)
Assistentes: Gabor Eros e Tibor Vamos (ambos da Hungria)
ALEMANHA: Neuer; Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng (Jansen); Khedira (Mario Gómez), Schweinsteiger, Trochowski (Kroos) e Ozil; Podolski e Klose
Técnico: Joachim Low
ESPANHA: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets, Alonso (Marchena), Iniesta, Xavi e Pedro (Davi Silva); David Villa (Fernando Torres)
Técnico: Vicente Del Bosque
Gol: Puyol 28min 2°T (Espanha)