Começa nesta sexta-feira (14) a 46º edição da Copa América, principal torneio de futebol masculino entre seleções da América do Sul. Pela quinta vez na história, o Brasil sediará o torneio no entanto, não contará com seu principal jogador. Durante o amistoso contra o Catar no último dia 5, Neymar rompeu o ligamento do tornozelo direito e foi cortado da competição.
Apesar de não contar com seu camisa 10, a Seleção ainda segue forte na visão de Wagner Lopes, técnico do Atlético. O comandante rubro-negro acredita que a força coletiva dos comandados de Tite irá suprir a ausência do atacante do PSG.
Wagner Lopes (Foto: Paulo Marcos/Ass ACG)
“Eu vejo que todos os esquadrões bem sucedidos que nós tivemos nas seleções, se você puxar na memória, nenhum destes times começou a competição com um protagonista. O jogo coletivo fez com que as individualidades aparecessem. Eu acredito que quando você está mais preocupado com o jogo coletivo, o individual aparece. O esforço individual gera benefício coletivo e quando tem sucesso coletivo, traz retorno individual (…) O Brasil tem jogadores com capacidade de desequilibrar qualquer jogo em qualquer campeonato do mundo, só que precisa direcionar isso para o jogo coletivo, na minha visão”, destacou.
Agora treinador, Wagner Lopes foi atacante enquanto jogador. Apesar de ter nascido em São Paulo e ter jogado no tricolor paulista, foi no futebol japonês que ele consolidou sua carreira. Tanto que se naturalizou e defendeu a seleção nipônica na Copa do Mundo de 1998 e, no ano seguinte, a Copa América.
“Na época, em 1999, nós viemos de uma reformulação também. Nós jogamos três jogos, perdemos dois e empatamos um, mas foi uma experiência fantástica. Eu fui muito feliz nessa Copa América porque a seleção marcou três gols e eu tive a felicidade de fazer dois. Individualmente eu fiquei feliz, mas coletivamente fiquei triste porque não passamos de fase”, relembrou Wagner Lopes.
E assim como em 1999, neste ano a competição sul-americana contará com o Japão como uma das seleções convidadas. Apesar de ter um grupo jovem e inexperiente em torneios importantes, o treinador do Dragão aposta que os japoneses darão trabalho às demais equipes.
“Eu vejo muito positivamente a vinda da seleção japonesa, acho que eles vão ter altos e baixos, mas o caminho é esse, convocar os jovens, reformular. Não tenha dúvidas que o Japão terá toques rápidos e muita ofensividade. É um adversário que vai dar trabalho para qualquer equipe porque tem muita obediência tática, disciplinada, como é típico do japonês”, analisou.
Com dupla nacionalidade, Wagner Lopes ficou divido na hora de expor sua torcida para esta Copa América. No entanto, o técnico afirmou que vai torcer para o nono título da Seleção Brasileira.
“Eu torço muito para o Japão porque muita gente não respeita o futebol japonês como deveria. A maneira como fui tratado no Japão, a relação que tenho com o país, se jogarem os dois obviamente o Brasil vai ser favorito e a gente tem o hábito de torcer para o mais fraco. Mas é claro, sempre que o Brasil está jogando a gente torce para o Brasil, para o sucesso da Seleção até porque eu trabalho e moro aqui e o sucesso da Seleção Brasileira, não deixa de ser o meu sucesso também. Então, sem dúvida, vamos torcer para o brasil ser campeão da Copa América”, explicou Wagner.
Wagner Lopes com o Japão na Copa América (Foto: Divulgação)