A denúncia foi feita inicialmente pela revista Isto É e relembrada pela candidata Dilma Rousseff (PT) durante debate na Band no domingo (10). Nesta segunda, depois de caminhada e comício no Centro de Goiânia, Serra foi questionado sobre o assunto pela imprensa e reagiu irritado: “Não sei quem é Paulo Preto, isso é pauta petista”.
O tema voltou à tona com entrevista do ex-executivo Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto, à Folha.com. Ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) nos governos Alckmin e Serra, em São Paulo, Preto desmentiu o presidenciável tucano: “Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem”.
À Folha.com, Souza cobrou que Dilma Rousseff apresentasse provas da acusação. Cobrou também que Serra o defendesse. “Gostaria que o candidato Serra se posicionasse e dissesse se eu sumi com o dinheiro, porque ele é bem informado sobre minhas ações no governo [de São Paulo]”, declarou.
O ex-executivo da Dersa foi adiante: “Cuidei das maiores obras [do governo Serra em São Paulo, como o Rodoanel e o complexo rodoviário Jacu-Pêssego]. Fiz, paguei, terminei no prazo, os empresários tiveram lucro e doaram pra campanha muito mais do que R$ 4 milhões — isso é irrisório perto do que eles doaram”. Por fim, mandou um recado aos ex-colegas de governo: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”.
Coincidência ou não, poucas horas depois da publicação da entrevista, Serra mudou o discurso, dando referências sobre o ex-executivo: “A relação que tive com ele foi através do secretário e da empresa. Ele até ganhou prêmio de engenharia no ano passado”. O presidenciável inocentou o ex-diretor da Dersa sobre o suposto desvio de recursos: “O Paulo Souza não está trabalhando na área de finanças, nunca recolheu dinheiro e eu saberia. Isso não aconteceu em absoluto”.
A primeira vez que o nome de Paulo Preto apareceu na imprensa foi na revista Isto É. De acordo com a revista, correligionários de Serra acusaram Souza de ter arrecadado R$ 4 milhões para a campanha tucana, mas o dinheiro não teria sido declarado pelo PSDB. No domingo, durante o debate na Band, Dilma recordou a denúncia: segundo ela, Serra deveria se lembrar de “seu assessor que fugiu com R$ 4 milhões”.