Cão da raça pitbull (Foto: Pexels)
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) emitiu nota de repúdio nesta quarta-feira (18) sobre o caso do estouro de uma rinha de cães em uma chácara em Mairiporã, no interior paulista. O caso aconteceu no último domingo (15), durante operação da Polícia Civil de São Paulo.
Um médico goiano, Leônidas Bueno Fernandes Filho, acabou preso suspeito de participar da rinha. Ele pagou fiança de 60 salários mínimos e foi solto. Na Câmara Municipal da capital goiana, parlamentares chegaram a aprovar um requerimento para que ele tenha o registro profissional suspenso junto ao Cremego.
No documento emitido hoje (18), o Cremego afirma que “repudia qualquer forma de violência, desrespeito e agressão à vida humana e animal” e que “confia no trabalho das autoridades policiais e na Justiça e espera que as responsabilidades sejam apuradas e os envolvidos sejam punidos de acordo com a lei”.
Sobre a prisão do médico de Goiás, o Cremego diz na nota que “vai avaliar o fato dentro de sua competência legal”, que “se solidariza com a indignação popular diante dos maus-tratos flagrados na ação policial” e que espera “que todos os responsáveis, independentemente de suas profissões, sejam identificados, julgados e penalizados”.
No local onde eram realizadas as rinhas, os policiais encontraram 19 cães da raça pitbull bastante machucados. Um foi encontrado morto. A polícia se deparou ainda com uma carcaça de um cão assado, cuja carne chegou a ser servida aos presentes. Ao todo, 41 pessoas foram presas.
Por meio de nota, a assessoria do médico Leônidas Bueno afirma que o profissional “esteve na chácara para participar de uma programação de cunho esportivo, conhecida como “dog games”” e que no evento “que é legal e de acesso público, os cães participam de atividades consideradas saudáveis, como natação, subida em rampa, salto e corrida”, e “que aproveitou a ida a Mairiporã onde buscaria um cão, de propriedade de um amigo, que estava no local, participando da mesma competição”.
Ainda na nota, a assessoria informa que o médico, no momento da ação policial, “estava na chácara, mas não no local onde os agentes flagraram os atos de violência contra os cães” e que “não compactua com qualquer espécie de violência, sobretudo contra animais, sendo proprietário de cães da raça pit bull, de quem cuida com todo zelo”.
Leia a nota do médico Lêonidas Bueno na íntegra
“Em face do episódio ocorrido no último dia 14 em Mairiporã (SP) envolvendo o médico com registro em Goiás Leônidas Bueno Fernandes Filho, explica-se:
1) Leônidas esteve na chácara para participar de uma programação de cunho esportivo, conhecida como “dog games”. Nesse evento, que é legal e de acesso público, os cães participam de atividades consideradas saudáveis, como natação, subida em rampa, salto e corrida, por exemplo.
2) Como já veiculado no vídeo gravado pela polícia durante a ação, Leônidas reafirma que, além de participar do “dog games”, aproveitou a ida a Mairiporã onde buscaria um cão, de propriedade de um amigo, que estava no local, participando da mesma competição.
3) No momento da ação policial, Lêonidas estava na chácara, mas não no local onde os agentes flagraram os atos de violência contra os cães.
4) O médico não atuou, em momento algum, na reanimação dos cães durante as disputas que motivaram a ação da polícia. A defesa está reunindo as provas para atestar que ele participou exclusivamente do “dog games”.
5) Lêonidas não compactua com qualquer espécie de violência, sobretudo contra animais, sendo proprietário de cães da raça pit bull, de quem cuida com todo zelo.
6) Os advogados que cuidam da sua defesa ainda não tiveram acesso ao teor da investigação, que tramita no Estado de São Paulo. Em função do recesso forense, qualquer medida será tomada após o retorno das atividades do Poder Judiciário.
7) Leônidas e sua defesa aguardam o desdobramento das investigações e no momento adequado apresentarão os esclarecimentos necessários, aguardando com serenidade o desfecho do lamentável episódio.”
Confira a nota do Cremego na íntegra
“O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudia qualquer forma de violência, desrespeito e agressão à vida humana e animal. Em relação à rinha de cães que era realizada no interior de São Paulo, o Cremego confia no trabalho das autoridades policiais e na Justiça e espera que as responsabilidades sejam apuradas e os envolvidos sejam punidos de acordo com a lei.
No caso do médico preso e denunciado por envolvimento em rinha de cães, o Cremego vai avaliar o fato dentro de sua competência legal. Contudo, pelo caso ter ocorrido em São Paulo, qualquer apuração, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional Médico, caberá ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mesmo o médico denunciado sendo inscrito em Goiás.
O Cremego entende e se solidariza com a indignação popular diante dos maus-tratos flagrados na ação policial e espera que todos os responsáveis, independentemente de suas profissões, sejam identificados, julgados e penalizados segundo a legislação brasileira.”
Atualizada às 19h12