(Foto: Reprodução / Youtube)

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A Operação Lava Jato teve forte influência nas eleições municipais de 2016, quando o PT teve seu pior desempenho eleitoral no Brasil. As eleições deste ano ocorrem sob nova realidade política, afirma o professor da PUC/SP, Rafael de Paula Santos Cortez, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Em entrevista à Sagres 730, nesta segunda-feira de carnaval (24), ele observou que novos fatores, além da Lava Jato, vão interferir no debate eleitoral. “Tem outras questões importantes que entraram no debate, como questões de segurança pública, questão da mobilidade urbana, que vão ser importantes na definição do eleitor. Em 2020 vai ser, então, um ensaio para gente ver como é que estão as correlações de forças”.

Rafael Cortez chama a atenção para as novas regras das eleições deste ano. Com a proibição de coligações de chapas majoritárias, o cientista político observa que a tendência é de os partidos lançarem mais candidatos a prefeito para terem os chamados puxadores de voto. Essa nova regra também deve fortalecer os maiores partidos, que atraem candidatos com mais chance de ser bem votado.

Na eleição para vereador, principalmente, nas grandes cidades, o cientista acredita que uma nova estratégia precisará ser criada. “Acho que os partidos vão precisar incentivar o voto na legenda, para que a legenda tenha peso e consiga ter destaque na campanha”, afirma Rafael, que ainda esclarece que nos municípios menores o quadro é diferente, pois a relação dos candidatos com o eleitorado é mais pessoal.

O cientista político orienta que os interessados em se candidatar devem pesquisar sobre os partidos, considerando o foco em cima das legendas por causa do fim das coligações em chapas majoritárias. “Ter uma boa percepção, em cada localidade, se esse partido já tem alguma imagem minimamente consolidada, se já teve algum evento de escândalo de corrupção em anos anteriores”.

As redes sociais têm hoje papel muito importante nas eleições. Rafael comenta que nos países mais desenvolvidos, já uma série de ações sendo tomadas para evitar o compartilhamento em massa de fakenews, mas que é difícil controlar. “Aquele eleitor mais extremado, com preferências mais fortes, são aqueles que tendem a responder mais a essas circulações de notícias falsas, ou seja, não é todo eleitorado que responde a isso”.

No quadro nacional, o cientista político explica que as tensões entre Executivo e Legislativo ocorrem em função das regras orçamentárias, que com as novas leis criadas, praticamente automatizam a execução de emendas parlamentares. “Isso significa que para o executivo fica mais difícil fazer gestão da política econômica em especial da questão fiscal”. Segundo Rafael, essas dificuldades geraram as declarações do Ministro General Augusto Heleno “que em um momento, ali, de desabafo, sugeriu ao presidente Bolsonaro, colocar o povo nas ruas para fazer pressão nos parlamentares”.

Rafael Cortez, ainda citou a greve dos policiais no Ceará, que também criou tensão política. O cientista pediu para que seja analisado com cuidado o uso da força militar, e para “lealdades paralelas, que não sejam institucionais”, mais focadas na figura do presidente ou para uma causa específica. “Se a gente passar a ter episódios ou uso da força física de agentes do Estado, seja de burocratas – como o caso, por exemplo, de policias militares –, seja de nomes que ocupam postos eletivos, nós estamos caminhando e cruzando uma fronteira muito perigosa”.

Assista ao Manhã Sagres:

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