O governador Ronaldo Caiado (Foto: Assessoria/Governo de Goiás)

“Não podemos tratar o coronavírus como um Fla x Flu, colocando em um ‘time’ aqueles que são a favor da quarentena e, de outro lado, aqueles que são favoráveis à liberação, isolando apenas os idosos, como se isso fosse fácil, como se tivéssemos uma ‘mão mágica’”, disse nesta quarta-feira o governador Ronaldo Caiado (DEM) ao comentar o tom adotado pelo presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite de terça-feira (31). De acordo com o governador, todos devem jogar no mesmo time, “porque essa pandemia é algo que nunca nossa geração havia visto algo parecido”.

Em uma clara mudança de tom, o presidente afirmou que covid-19 é o “maior desafio da nossa geração” e voltou a defender a economia diante de medidas de combate à doença. “O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença. A minha obrigação como presidente vai para além dos próximos meses. Preparar o Brasil para a sua retomada, reorganizar nossa economia e mobilizar todos os nossos recursos e energia para tornar o Brasil ainda mais forte após a pandemia”, disse Bolsonaro no pronunciamento de oito minutos.

O presidente fez uma defesa das medidas anunciadas por seu governo e aprovadas pelo Congresso Nacional, como o pagamento de uma ajuda de R$ 600 aos trabalhadores informais e vulneráveis e entrada de cerca de 1,2 milhão de famílias no programa Bolsa Família, e afirmou: “Temos uma missão: salvar vidas, sem deixar para trás os empregos. Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças preexistentes. Por outro, temos que combater o desemprego, que cresce rapidamente, em especial entre os mais pobres. Vamos cumprir essa missão ao mesmo tempo em que cuidamos da saúde das pessoas.”

Confira aqui a íntegra do pronunciamento

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Caiado afirmou em entrevista à Rádio CBN que ficou evidente a mudança de tom do presidente da República em relação ao enfrentamento da pandemia. Para ele, o presidente percebeu a necessidade de ouvir entidades e que não cabe, em uma situação tão delicada como atual, que governantes adotem posturas que incitem a ansiedade e inquietude da população.

“Tem que haver um somatório de esforços para que haja capilaridade de ações. Não é hora de acharmos culpados, mas de achar soluções. Estamos perdendo tempo. Já se foram três meses, prazo em que poderíamos ter nos aparelhado mais para essa crise, com a aquisição de EPI’s [equipamentos de proteção individual], montando hospitais de campanha e disponibilizando novos leitos, o que nos permitirá liberar, com mais tranquilidade, a população para retomar a sua rotina”.

O governador afirma que Goiânia e municípios próximos têm boa estrutura para atender aos doentes da covid-19, mas manifestou preocupação com a ausência de estrutura hospitalar regionalizada adequada no interior. Ontem (31), Caiado comemorou em rede social o anuncio pelo Ministério da Saúde para implantar um hospital de campanha em Águas Lindas, no Entorno do DF, com 10 mil m² para atuar na frente de combate ao coronavírus. A região do Entorno abriga mais de 1,2 milhão de pessoas e é a que mais preocupa o governo goiano pela proximidade com o DF, que registra o maior número de casos de convid-19 em comparação com a população.

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Centro de Convenções de Anápolis e mais seis unidades de saúde vão funcionar como hospitais de campanha no interior. Além de Águas Lindas, essas estruturas vão funcionar em Formosa, Luziânia, Itumbiara, Jataí e Porangatu. O Centro de Convenções deverá contar com 300 leitos.

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