Após se encontrar com atual ocupante do cargo, Luiz Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (3), em Brasília, a presidenta eleita Dilma Rousseff concedeu entrevista coletiva em que abordou temas espinhosos como o aumento do salário mínimo, a elevação da carga tributária, a formação do ministério e a participação do PMDB no governo.

De acordo com a petista, se o PIB (Produto Interno Bruto) seguir crescendo conforme a expectativa do governo, em 2011 o salário mínimo pode ultrapassar a barreira dos R$ 600. Outro tema que mexe com o bolso do consumidor, a volta da CPMF, que ficou conhecida como “imposto do cheque”, não foi descartada.

Dilma afirmou que não pretende recompor a contribuição, mas sinalizou que o “processo de negociação” com os governadores pode resultar em novidades na área tributária. “Tenho muita preocupação com a criação de imposto; agora tenho visto uma mobilização dos governadores nessa direção”, declarou.

Segundo a presidenta eleita, já que a Educação está “muito bem encaminhada”, duas outras áreas terão “prioridade integral” em seu governo: Saúde e Segurança Pública.

Dilma ressaltou que deseja “completar toda a rede do SUS (Sistema Único de Saúde)”. Para isso, de acordo com ela, é necessário resolver o problema da regulamentação da Emenda 29, que destina mais recursos para a área. “Para a União é mais fácil; pra Estados e Municípios é mais difícil”, explicou. Já para a área de Segurança Pública, Dilma defendeu a “participação efetiva” da União com recursos.

Sobre a formação de sua equipe de governo, a ex-ministra pontuou que não considera “maduro o processo de discussão dos nomes”. Ela informou os pontos que devem nortear a escolha: a competência técnica, o histórico limpo e o “critério político”. Dilma adiantou que, nesse ponto, tem tido o apoio do vice-presidente eleito, Michel Temer. “Temos formado uma grande convicção: esse governo não vai se pautar por uma partilha, mas por um processo de construção de uma equipe una”.

 A ex-candidata revelou ainda que ouviu “pedido de cargos” por parte do PMDB e que o partido participa do processo de transição como participou das eleições: “Sem conflito e extremamente participativo”.