O pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, disse à Sagres 730 nesta terça-feira (05), que ainda não chegou o momento para a flexibilização social no Brasil. Coordenador do Info Gripe, ferramenta que monitora os casos de síndromes respiratórias agudas graves, entre elas a covid-19, Gomes afirmou que é preciso esperar por uma “redução significativa” no número de casos confirmados da doença, a redução e a desocupação de leitos de UTI antes de iniciar a retomada das atividades econômicas. “E isso pode demorar semanas, meses”.

Levando em conta esses critérios, Goiás não pode flexibilizar a quarenta. Isso porque o número de internados subiu nos últimos domingos. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), nesta segunda-feira (4), havia 28 pacientes com confirmação de covid internados, além de 96 internações de pessoas com suspeita da doença, totalizando 124 internações. No sábado (1º), eram 84 internações. Também continua aumentando o número de casos confirmados. Eram 808 sábado e 861, ontem.

Os efeitos da flexibilização do isolamento social, de acordo com o pesquisador em saúde pública da Fiocruz, devem ter um impacto nas próximas duas semana. “O que fizermos hoje, em termos de isolamento social, seja aumentar ou diminuir a adesão ao isolamento social, isso vai ter um impacto em termos de hospitalização daqui duas semanas”, afirmou. “Se diminuir hoje o isolamento social, e olhar os dados amanhã, depois de amanhã ou semana que vem, a gente ainda não vai observar os efeitos desta diminuição que a gente vai fazer hoje é isso pode gerar uma falsa impressão de que isso não está tendo nenhum efeito significativo em retomada do crescimento, mas dali duas semanas a gente vê que voltou a crescer, por exemplo”.

Gomes ressaltou que para retomar a normalidade, é necessário ser avaliado com muita cautela e tem que levar em conta o estágio atual, em termos de casos, especialmente de hospitalização e como está a ocupação de leitos. “Esse é o principal gargalo, porque ainda estamos em ascensão, se ainda há um grande muito grande hospitalizações e diminuir o isolamento social, isso só tende a piorar, aumentar e voltar a cresce com uma velocidade muito grande e a pressão em cima das unidades hospitalares aumenta”, detalhou. “Olhando hoje para os dados de internações por síndromes respiratórias graves, o que o dado tem mostrado, é que ainda é cedo para começar a falar em diminuição do isolamento social a gente ainda está nessa fase de crescimento e com número muito grande casos”.