O novo coronavírus parece se espalhar mais lentamente em países onde a temperatura é elevada. É o que mostra um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. O médico infectologista, Boaventura Bráz de Queiroz, explicou à Sagres 730 nesta terça-feira (26) se há relação entre o clima e o comportamento do novo coronavírus.

De acordo com Boaventura, o clima frio não impacta diretamente no vírus, o problema é o comportamento das pessoas. Ele citou dois aspectos: o primeiro é que no clima frio as pessoas tendem ao confinamento e aproximação, “facilitando a contaminação de uma pessoa para outra”; o segundo é em relação ao clima da região centro-oeste, “fica um ambiente mais seco e acaba irritando as conjuntivas se tornando propenso à contaminação”.

“Quando começou à pandemia nos EUA, acreditava que o fim do inverno amenizaria a situação da transmissão do novo coronavírus, e isso não aconteceu, porque o que importa é o contato das pessoas”, disse. “No Brasil na região do Amazonas, que é a região mais quente do país, também é um foco importante da doença. Por isso a importância do distanciamento social”.

O dr. Boaventura Brás alertou para outros vírus que circulam neste período mais seco. “Neste momento, há uma circulação do influenza e quem tem possibilidade deve se proteger contra a gripe. Os demais vírus nós não temos proteção, não existe vacina, mas a maioria não causa maiores transtornos”, disse. “É importante se vacinar contra a gripe e com outras vacinas que temos acessos”.