O governador Ronaldo Caiado exonerou nesta segunda-feira (8) o presidente da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás (Codego), Marcos Cabral. O decreto foi publicado no suplemento do Diário Oficial do Estado de ontem, que também traz a nomeação dele para o cargo de assessor especial da Governadoria, ocupada por Eduardo Machado e Silva Rodrigues, exonerado no mesmo decreto. O empresário Hugo Goldfeld está cotado para assumir a presidência da companhia.
Marcos Cabral foi afastado depois de reportagens do jornal O POPULAR revelarem que a Codego vendeu área pública no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) à ETS, empresa de propriedade de Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, para construção de um shopping center, apesar de o Daia ser destinado à indústria.
O contrato com a ETS foi assinado em 20 de abril. A área tem 22 mil metros quadros e foi adquirida por R$ 53.424, 62, segundo o jornal. No entanto, não foram considerados dois pareceres, um do ex-presidente da Codego, Pedro Sales, e outro da Controladoria Geral do Estado (CGE) recomendando que o terreno fosse vendido por preço de mercado, cerca de R$ 5 milhões, pelo fato de o shopping não ter direito aos incentivos dados à indústria no Daia.
Pelo acordo acertado ainda em 2017, no governo de Marconi Perillo, e mantido pela atual direção, caberia à ETS a construção de uma nova sede para a delegacia de polícia, que funcionava em um prédio menor na área a ser adquirida pela ETS. A delegacia foi construída e inaugurada pelo governador Caiado em fevereiro como se fosse uma construção do Estado.
Terceiro presidente
Marcos Cabral foi o terceiro presidente da Codego no governo de Ronaldo Caiado. O primeiro foi Valderi Borges, indicado pelo deputado estadual Álvaro Guimarães (DEM). Ele e mais dois diretores – Cesmar Moura de Oliveira e Carlos César Svastano de Toledo – foram exonerados em 5 de agosto pelo governador. Oficialmente o governo alegou descontentamento com a gestão e “brigas internas”.
O governador nomeou o então secretário de Administração, Pedro Sales, interventor na Codego. Ele tinha a missão de estabelecer normas mais rígidas para a venda de áreas nos distritos industriais ou uso delas como hipoteca. Sales fez uma auditoria interna e afirmou que a empresa funcionava como imobiliária do setor industrial.
O interventor ficou no cargo até 3 de outubro, quando foi indicado para presidir a Goinfra no lugar de Ênio Caiado, primo do governador. Em seu lugar assumiu Marcos Cabral, que foi exonerado da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), abrindo vaga para a ex-senadora Lúcia Vânia. Carlos de Toledo voltou à companhia e é um dos que assinam o contrato com a ETS.