Ansiedade, estresse, perdas, luto, angústia, medo. Estes são alguns dos sintomas que muitas pessoas acabam enfrentando durante a pandemia. Profissionais de saúde então, muito mais, pois lidam com a dor própria e com a de dezenas, centenas de pacientes ao longo das jornadas de trabalho.

“Tudo isso gera um estresse muito grande, e além disso tem a sobrecarga de trabalho. A gente não pode negligenciar esse aspecto. A demanda aumentou demais, a necessidade de atendimentos aumentou muito. Então além desse fator de risco constante, que deixa o profissional mais ansioso, mais estressado, com mais receio e medo, ainda tem essa sobrecarga de trabalho”, explica a psicóloga organizacional da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Jakelyne Rasmussem, em entrevista ao Tom Maior desta quinta-feira (30).

Pensando nestes profissionais, a Prefeitura de Goiânia, por meio SMS, vem desenvolvendo, desde o início da pandemia do coronavírus, várias ações de apoio psicossocial aos servidores da saúde que trabalham na linha de frente para atender pacientes com a Covid-19.

Uma delas é o Projeto para Suporte Psicossocial Mediante Grupos Virtuais, realizado através das plataformas que possibilitam a comunicação com áudio e vídeo. Tudo é feito em grupo, mas de forma virtual.

“Nesse momento de isolamento social, ter contato com pessoas que estão passando pelas mesmas situações, que estão vivenciando as mesmas dores que nós, é muito reconfortante. Favorece também a troca de experiências, o fato de estar em grupo, e como os atendimentos têm sido feitos através de grupos virtuais, de forma online, traz 100% de biossegurança”, assegura a psicóloga.

Desde o início dos atendimentos, 230 colaboradores se inscreveram como gestores, servidores, psicólogos, assistentes sociais e 97 salas virtuais de atendimento já foram realizadas, além de 21 salas de atendimento individual.

Já nas salas abertas para videoconferência, que abordam temas psicossociais relevantes em contexto de pandemia, mais de 80 pessoas já participaram.

Segundo a SMS, os encontros acontecem semanalmente em salas virtuais com cerca de 10 participantes e duração entre 40 minutos e uma hora. Para cada sessão há um psicólogo dando o suporte psicossocial necessário a cada caso, e pelo menos 25 psicólogos já participam nos atendimentos até o momento.

“Essa foi uma forma que a gente encontrou para acessar essas pessoas que não queriam se expor. Pode acontecer de a pessoa não estar pronta para se expor, mas só de ela receber informação, saber como fazer uma técnica de respiração, de relaxamento, meditação, já ajuda bastante”, conclui.

Confira a entrevista na íntegra no Tom Maior #65