Você sabe o que é ser desbancarizado? “São aquelas pessoas que somente transacionam com dinheiro, ou que guardam no cofrinho, no porquinho, debaixo do colchão, enfim, são aquelas pessoas que não têm o hábito ou não têm acesso”, explica o administrador e mestre em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, em entrevista à Sagres TV nesta terça-feira (15).
A inclusão financeira do país vem sendo amplamente discutido pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que considera a medida imprescindível para manter o crescimento da economia. Com isso, toda a população poderia realizar compras no canal que desejar, com a forma de pagamento que quiser ou tiver acesso é fundamental.
“Para o banco não interessa alguém que esporadicamente utiliza aquela conta, ele quer alguém que movimente. Abriu-se a possibilidade, com o advento da tecnologia, que são as carteiras virtuais. Então é uma outra opção para quem não tem relacionamento com o banco, não tem cartão de crédito, não tem nenhuma conta bancária”, pondera Ongaratto.
Startups financeiras têm crescido em tempos de pandemia, por causa do isolamento social. Segundo Ongaratto, a bancarização torna o comércio eletrônico mais democrático, além de promover a descentralização das capitais e grandes cidades do país. O especialista enumera outras vantagens.
“É mais democrático. Também é possível expandir o próprio comércio eletrônico para as regiões mais remotas do Brasil, que de certa forma é muito concentrado nas capitais. Também é possível que as pessoas tenham mais consciência do seu gasto, elas passam a ter mais interesse por educação financeira, por poupar, não estar sujeito aos efeitos da inflação”, afirma.
Para comprovar que já está havendo uma movimentação no mercado, a PagBrasil observou um aumento de 65% em números de transações em abril de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado.
Mas o caminho a percorrer para essa mudança de comportamento ainda é longo. Segundo o Instituto Locomotiva de Pesquisa, o pagamento em dinheiro é preferência para 71% dos brasileiros ao fazerem compras cotidianas.
Confira a entrevista a seguir no Tom Maior #98 a partir de 01:14:00