“Nós mulheres no futebol somos guerreiras. O pessoal discrimina muito dizendo que não conseguimos fazer isso, mas a cada dia nós estamos mostrando que a gente consegue sim e ocupando esse espaço”, afirmou a jogadora do Goiás Esporte Clube, Paty Roxinha, ao Debate Super Sábado. A jogadora destacou o quanto esse ramo é difícil e relembrou ainda que no início de sua carreira muitas pessoas a criticaram, mas o sonho de jogar bola a fez enfrentar todas as circunstâncias.

“A iniciação das mulheres no futebol” foi tema da edição #210 e teve a participação da presidente do Aliança Futebol Clube, Juliana Menezes Rocha; da gestora do departamento feminino do Goiás Esporte Clube, Patrícia Menezes; da árbitra Central CBF, Michele Peixoto Safatle; da jogadora do Goiás Esporte Clube, Paty Roxinha; e da coordenadora e Gestora do Departamento Feminino do Atlético Clube Goianiense, Isabela Borges.

A presidente do Aliança Futebol Clube, Juliana Menezes Rocha, ressaltou um fator importante para a discussão do tema. Segundo ela nem todos os times oferecem uma escolinha para meninas. “Nós recebemos muitas meninas entre 8 e 10 anos que saem de outros lugares, onde treinavam com meninos, para treinar conosco. Partindo disso você já percebe uma falta de estrutura dos times sobre escolinha de futebol feminino”, pontua.

Sobre a posição da CBF em impor que os times tenham um departamento feminino, a gestora do departamento feminino do Goiás Esporte Clube, Patrícia Menezes, afirmou que isso deve alavancar o futebol feminino. “Essa decisão foi muito boa para dar abertura ao futebol feminino, é uma luz no fim do túnel”.

O Goiás Esporte Clube, junto ao Aliança Futebol Clube, criou um departamento exclusivo para as meninas. Elas jogavam com os meninos, mas agora terão o time separado. Contudo, Patrícia destaca que a separação não tem o objetivo de equiparar o futebol feminino com o masculino, mas valorizar as mulheres.

“Nós não queremos comparar ao futebol masculino, nós queremos ter o nosso espaço, a nossa valorização. Muitas pessoas pensam que agora que o futebol feminino está começando, mas não. Só eu já tenho 40 anos de futebol”, conta Patrícia.

Assim, Isabela Borges revelou que para abrir as portas para as meninas na iniciação no futebol, ela apresentou um projeto no Atlético onde, a partir de 2021, as escolinhas do clube ofereçam categoria para o masculino e feminino. “Pela falta de oportunidade e visibilidade muitas meninas não são vistas”.

Atualmente, Michele Peixoto Safatle é árbitra Central da CBF, mas também já foi jogadora. Por isso ela relata que o futebol feminino já mudou bastante, mas ainda precisa de mais mudanças. “As meninas não chegam onde elas poderiam estar. Como a gente viaja é possível ver meninas que poderiam estar em um profissional ou em um time grande, mas essa menina não consegue. Mas comparado a quando eu joguei futebol isso evoluiu, mas precisa de mais”.