A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 700 milhões de pessoas deverão ser obesas em 2025. Considerada uma epidemia, a obesidade não é totalmente compreendida, e o que os pacientes pouco sabem é que necessitam de tratamento como qualquer outra doença.

E os desafios começam pela falta de informação por parte da sociedade, como explica a médica endocrinologista Allyne de Paula, em entrevista ao Sagres em Tom Maior #119 desta quarta-feira (14)

“Existe uma estigmatização, um medo, a vergonha. Existe a ideia de que é uma alteração por falta de caráter, falta de força de vontade, e a gente sabe que não é assim. A obesidade é uma doença bem estabelecida, não é bem compreendida, mas é uma doença crônica e existe tratamento”, afirma.

A falta de atividade física e hábitos alimentares inadequados e sem orientação médica podem agravar o quadro da obesidade. Ela pode ainda levar a outras doenças se não for tratada com seriedade.

“A obesidade altera a qualidade de vida, a respiração, a disposição, o humor, o sono, a autoestima também. É um fator de risco muito importante de doenças graves, como o diabetes tipo 2, a hipertensão arterial, alterações do colesterol, triglicérides, doenças do fígado, e aumenta o risco de doenças cardiovasculares como o infarto, o AVC e alguns tipos de câncer como o de mama”, esclarece.

Segundo Allyne de Paula, em muitos casos, a obesidade pode estar atrelada a questões psicológicas e comportamentais, e exigem cuidados e acompanhamento por vários especialistas.

“Muitos casos de obesidade estão associados a transtornos psicológicos. Questões de ansiedade, depressão, os transtornos alimentares também. Então a gente precisa dessa abordagem multidisciplinar. Em muitos casos uma terapia com psicólogo, às vezes um tratamento medicamentoso com psiquiatra são muito importantes”, conclui.

Confira a entrevista a seguir no STM #119