Sobre a arbitragem na derrota do Goiás para o Flamengo vou deixar para o entendimento pessoal de cada um, porque entendo que a questão a ser analisada em relação ao Goiás é outra: a atuação do time, que mais uma vez ficou distante do que precisa ser.

O Flamengo entrou em campo com um time misto. Sete dos seus principais jogadores não atuaram: Rodrigo Caio, Éverton Ribeiro, De Arrascaeta, Isla, Diego Alves, Gabigol e Diego Ribas. Os quatro primeiros porque estão servindo aos seus países nas seleções nacionais, nas disputas pelas Eliminatórias Sul-Americanas para Copa do Mundo, e os três últimos por contusões.

E mesmo com um “mistão” o Flamengo massacrou o Goiás, transformando o goleiro Tadeu na principal figura do jogo, realizando oito defesas arrojadas, que evitaram um vexame para o time goiano, e a derrota por 2 X 1 não refletiu o que foi a partida.

Após o jogo o técnico Enderson Moreira preferiu falar sobre arbitragem ao invés de abordar a fragilidade do time, e ainda voltou a utilizar o discurso de que o time apresentou crescimento e evolução. Fantasia pura do treinador, para criar falsa avaliação no torcedor.

O Goiás continua um time frágil na marcação, os jogadores (sobretudo os de meio-campo) não estão conseguindo um posicionamento que propicia evolução das jogadas quando têm a posse de bola e ainda facilitam a penetração do time adversário em cima da zaga, que é frágil, quando está sem a bola nos pés.

Enquanto o preparo físico permite, o Edilson tem resolvido o problema da ala direita, mas o preparo físico tem dado para 60, dos 90 minutos do jogo, e aí entra o Juan Pintado e o problema reaparece.

Na ala esquerda, o Jefferson atravessa a pior fase da carreira desde que foi promovido ao time profissional, e o Caju não tem qualidade para disputar a Série A. O ataque vive do excelente desempenho do garoto Vinicius Lopes, que tem superado a fragilidade (em função da idade) do companheiro Rafael Moura e a falta de um jogador qualificado para fazer a armação do time pelo meio campo.

A atuação do Goiás contra o Flamengo não é um ato isolado, mas contínuo, que se repete jogo após jogo e o Clube precisa fazer contratações qualificadas e com urgência para evitar a queda para a Série B.

Nesta quarta-feira, 14, foi anunciada oficialmente a contratação do atacante Fernandão, com passagens por algumas grandes equipes do futebol brasileiro, que brilhou no futebol turco e que por último estava no Bahia. Bom jogador que vai ajudar o Vinícius Lopes no ataque.

Já está acertada também a contratação do médio volante Gustavo Blanco, jogador que pertence ao Atlético Mineiro e este, já avalio como contratação de alto risco. Não que o jogador não tenha qualidade técnica, tem e muita. Mas é um jogador com histórico de contusões sérias, seguidas e que não joga uma partida de futebol há dois anos.

Em função da pandemia o Campeonato Brasileiro da Série A tem sido disputado com muitos jogos em pequeno espaço de tempo, com dois jogos por semana e a viagem de ida e volta entre o jogo fora e o jogo em casa. Não há tempo para a regeneração física do atleta e pouco tempo para o treinamento tático/técnico. Um jogador que vem de contusões sucessivas e sem atuar há dois anos dificilmente suportará este ritmo.

Ainda nesta semana o Goiás precisa apresentar pelo menos cinco contratações de alto índice técnico e que estejam bem fisicamente: um zagueiro, um ala esquerdo, um médio volante, um meia de criação e mais um atacante de beirada. É correr contra o tempo, para não ter de correr pela Série B no ano que vem.