Antes da reestreia de Eduardo Souza, no comando técnico do Atlético, na vitória diante do Santos, na Vila Belmiro, por 1 x 0, com aquele golaço do Chico, eu havia dito que a saída do técnico Vagner Mancini, que deixou o Clube para ir trabalhar no Corinthians, não alteraria em nada a trajetória que o Atlético pode cumprir neste Campeonato Brasileiro.
Naquela oportunidade, disse que a força do time atleticano estava relacionada fundamentalmente a dois fatores: a qualidade do elenco montado pelo presidente Adson Batista e a formatação da equipe, no início do ano, quando os jogadores foram chegando.
Quando o Vagner Mancini chegou ao Atlético o time já estava formatado, liderava o Campeonato Goiano, havia jogado 12 vezes, com uma derrota, dois empates e nove vitórias.
Fui, durante o tempo em que Vagner Mancini esteve à frente da comissão técnica do Atlético, crítico ferrenho de algumas das suas atitudes, tentando rebaixar a importância dos jogadores da casa que tinham (e têm) bom prestígio com o torcedor e a imprensa e insistindo com jogadores que ele indicou para contratações e que não estavam rendendo o necessário – mas mesmo assim estavam presentes em todos os jogos.
Questionei o método que o Mancini utilizou para trabalhar no Atlético, nunca sua competência. Entre as consequências da sua metodologia de trabalho no Atlético está o prejuízo técnico e financeiro da saída do Jorginho do Clube. O técnico quis crescer pra cima do jogador que não aceitou e foi jogar no Athletico Paranaense. Tinha os direitos econômicos estipulados em R$ 20 milhões e saiu por menos de 10% deste valor, pois em função da situação o Atlético não acharia negócio compensador pelo jogador que foi queimado pelo treinador.
Para manter 50% dos seus direitos econômicos para o Clube, o Atlético daqui aceitou a proposta do Athletico de lá. Esta conta fica nas costas do ex-técnico Vagner Mancini.
Quando disse que Mancini não faria falta alguma, me apoiava na concepção que tenho de que a força do time está no elenco bem montado e na estruturação bem feita para a equipe atuar. Quem fez esta estruturação foi justamente o comandante da comissão técnica permanente do Atlético, Eduardo Souza, que reassumiu o time.

Quem duvidou do que afirmei, viu, no jogo diante do Santos que o efeito da saída de Vagner Mancini do Atlético foi exatamente o que falei antes: nenhum.
E olha que o Atlético perdeu o volante Édson, que foi jogar no futebol árabe e este sim faz falta no time titular, mas mesmo assim o nível técnico, a pegada e a ofensividade foram mantidas.
Ao afirmar que o elenco do Atlético sustenta a força da equipe, não estou criando a expectativa da presença do Atlético entre os finalistas da Série A. O time não tem planejamento e nem estrutura financeira para isto. O planejamento feito foi pela disputa de meio da tabela, ou seja, entre a oitava e a décima sexta posições, o que assegura ao Atlético a permanência na Série A para o ano que vem e pode dar ao Clube algum outro privilégio, como a entrada na disputa da Copa Sul-Americana.
O que a estrutura econômica do Atlético permite planejar é isto mesmo e se vier algo a mais será acréscimo do plano traçado.
Minha opinião de que o time não perderia nada na sua forma de jogar, com a presença do Eduardo Souza no comando técnico, se deu em cima de um raciocínio absolutamente matemático, lógico: foi o Eduardo Souza que recebeu o elenco no início do ano e estruturou o time e sua forma de jogar. Veio o jogo do Santos e o tempo, sempre senhor da razão, mostrou quem estava certo.