Esta preocupação excessiva com a saída do técnico Vagner Mancini do Atlético não se justifica. Treinador estava desempregado quando foi contratado e pegou um time absolutamente acertado, pela comissão técnica permanente do Clube, comandada pelo Eduardo Sousa.

Não vou tirar os méritos da comissão técnica permanente, até enalteço, mas o acerto do time foi muito mais em função do elenco muito bem montado pelo presidente Adson Batista do que em função da atuação do responsável pela escalação do time.

Sobre o comando de Eduardo Sousa, o Atlético perdeu um único jogo, para o Jaraguá (que naquele momento liderava o campeonato), tendo colocado em campo uma equipe que teve do time titular apenas o goleiro Kozlinski. Os demais eram jogadores que estavam sendo preparados fisicamente, ou da base. O jogo contra o Jaraguá foi em um domingo e o Atlético jogaria na terça-feira subsequente pela Copa do Brasil, e os titulares foram poupados.

Para valorizar seu trabalho, Vagner Mancini quis dar a impressão que o time se tornou forte pela sua presença e demonstrando insegurança começou a mexer no time titular, sacando justamente os atletas de maior prestígio.

Enquanto isso, ia insistindo com jogadores que não estavam devidamente preparados física e tecnicamente. Tirou da equipe a zaga titular Oliveira e Gilvan para escalar o menino João Vitor, destaque do Corinthians na Copa São Paulo de Júnior, e Éder, reserva no Campeonato Goiano. Algo simplesmente inadmissível.

Depois foi obrigado a ver que o Gilvan não poderia ficar fora do time. Mas mesmo assim o João Vitor continuou atuando e prejudicando mais do que ajudando: marcou um gol contra, a favor do Fluminense, fez um pênalti sem nenhuma necessidade no jogo contra o Botafogo e falhou grotescamente em dois gols contra o Atlético Mineiro.

Anunciou que o Jorginho deixaria de ser titular, para o Éverton Felipe (que naquele momento estava fora de forma física/técnica e sem ritmo de jogo). O Jorginho cobrou respeito a sua história. Vagner queria que o Jorginho pedisse desculpas publicamente a ele e ao elenco e o Jorginho, sabedor do futebol que joga, deu uma banana pra ele e foi para o Athletico Paranaense.

Detalhe: os direitos econômicos do Jorginho estavam estipulados em R$ 20 milhões, mas o jogador acabou saindo por menos de 10% deste valor, com o clube goiano permanecendo com a propriedade de 50% destes direitos – este prejuízo financeiro faz parte da passagem do Mancini pelo Atlético.

Matheuzinho, grande destaque da equipe até o Vagner chegar, passou a ser reserva e mesmo assim foi destaque em todos os jogos em que entrou, normalmente entrando aos 35 minutos do segundo tempo.

Durante o período em que dirigiu o Atlético, atletas com rendimentos medíocres, eram peças obrigatórias nos jogos: Hyuri e Éverton Felipe, além do João Vitor, foram os mais prestigiados.

Mesmo tendo no elenco Jean, Oliveira, Gilvan, Eder, Nicolas, Édson (que deixou o elenco após o último jogo, indo jogar no futebol árabe), Marlon Freitas, Chico, Matheuzinho, Matheus Vargas, Gustavo Ferrareis, Vagner Mancini deixa o time já a três pontos da faixa do rebaixamento. Perdeu pontos inaceitáveis, para não mexer nos jogadores frágeis que ele insistia em manter como titulares, vai lá saber porquê.

Pelos nomes que citei, dá para notar que a pontuação poderia ser melhor. É verdade que o time joga um futebol veloz, objetivo e bonito de se ver, mas isto vem desde o começo do ano. Há quem queira fazer o torcedor acreditar que este padrão foi implantado pelo Vagner Mancini e isto é uma inverdade. Apesar de deixar o time a três pontos da faixa do rebaixamento, a estética na forma de jogar foi mantida. Isto também é inegável.

Quando ouviu a proposta do Corinthians que ofereceu um salário quatro vezes maior do que ele ganhava no Atlético, o Vagner Mancini fez o que qualquer pai de família responsável faria: aceitou. Vai fortalecer o patrimônio financeiro familiar, além de trabalhar numa das maiores marcas do futebol mundial. Não vejo nada de condenável nisto. Se o Atlético quisesse mandar o Vagner Mancini embora também seria normal.

O presidente Adson Batista já disse que o Atlético não tem pressa para contratar o substituto. Ele sabe a qualidade do elenco que montou e mesmo tendo perdido três das principais peças do grupo (Jorginho, Renato Kayzer e Édson), este elenco mais a qualidade da comissão permanente são suficientes para manter a forma de jogar e até melhorar o aproveitamento na pontuação.

O novo emprego do técnico Vagner Mancini vai medir a competência profissional dele. O Clube tem elenco milionário e de muita qualidade, mas não vem rendendo em campo. Tendo qualidade que alguns veem nele, o Vagner vai consertar o time.

Pra mim o Vagner Mancini é um técnico cheio de manias e com quatro rebaixamentos no currículo. Mesmo que esta opinião choque alguns.