Mais de mil trabalhadores rurais do Movimento Camponês Popular (MCP), apoiados pelo deputado Mauro Rubem (PT), se concentraram em frente à Assembléia Legislativa do Estado de Goiás para protestar junto aos deputados e também ao governo do estado nesta terça-feira (12).

Os trabalhadores tinham pelo menos dez reclamações, sendo a principal delas a cobrança de um repasse financeiro por parte da Agência Goiana de Habitação (Agehab) em um programa de habitação chamado de “Projeto moradia camponesa”, executado em 32 municípios goianos.

Segundo Sandra Alves, uma das diretoras do movimento, cada família camponesa recebe R$ 21 mil para construir uma casa de 80 metros quadrados. Uma parte da verba repassada vem do governo federal, que segundo Sandra, já foi depositada, e a outra do governo estadual.

“Diante dessa incerteza, das famílias não poderem construir, reformar essas casas é que a gente está aqui hoje, pra que a gente tenha uma posição concreta do governo do Estado”, ressaltou da manifestante, em entrevista ao repórter da RÁDIO 730, Samuel Straioto.

Sandra Alves disse o valor passado pelo Estado está entre R$ 6 mil e R$ 9 mil, e o governo federal fica com R$ 12 mil a R$ 15 mil. As famílias entram com a mão de obra para a construção das casas.

Cheque moradia

Em relação à reforma das casas, os trabalhadores rurais reivindicam a disponibilização de 500 cheques moradias no valor de R$ 5 mil cada para reforma e ampliação de 500 casas. “Essa dificuldade que a gente tem vem há dois anos, a gente começou a construção tem um ano, e a gente está morando em um barracozinho de lona esperando terminar construção, e travou a verba para terminar a construção, e a gente está aqui para reivindicar essa situação”, declarou o trabalhador rural Valdivino Fernandes.

FAIXAS_PROTESTO_CAMPONESAcordo

No total, o projeto prevê a liberação de R$ 11 milhões para a execução das casas, sendo R$ 3 milhões de responsabilidade do governo de Goiás. O presidente da Agehab, Marcos Abrão Roriz, se encontrou com os trabalhadores rurais e fez um cronograma para atender às reivindicações dos camponeses.

“O que nós fizemos foi uma readequação no cronograma de desembolso financeiro para atender as necessidades do movimento na construção de casa rural no estado de Goiás”, explicou. De acordo com o planejamento serão liberados R$ 170 mil em maio, R$ 525 mil em junho, R$ 540 mil em julho, R$ 425 mil em agosto, e R$ 708,2 mil em setembro, todos em cheque moradia, para atender o Movimento Camponês Popular.

Acordo agrada MCP

O coordenador nacional do MCP em Goiás, Altacir Bunde, ficou satisfeito com a negociação, apesar de não ser o desejado. “Eu acho que o cronograma apresentado não é o melhor, se a gente conseguisse liberar tudo o mais rápido possível a gente conseguiria comprar o material mais barato, isso tudo ajudaria”, avaliou.

“Mas a gente entende também as dificuldades, dentro do que está ao alcance da Agehab. O que foi apresentado, cumprindo tudo, sem dúvida nenhuma vai ajudar para conseguirmos concluir o que nós temos hoje em andamento, e isso sem dúvida vai mudar a vida das famílias no campo”, concluiu Altacir.