Os deputados que debatem sobre o tema tem entrado em consenso sobre certos assuntos, entretanto ainda há alguns temas que geram discordância. O principal ponto de divergência se refere ao voto proporcional, sistema hoje utilizado para eleição de vereadores, deputados estaduais e federais.
Para o relator do projeto de Reforma Política na Câmara, o deputado Rubens Otoni (PT), o voto proporcional é um dos pontos positivos do atual sistema eleitoral brasileiro, e já fortalece a participação de todos partidos. “Eu vejo que o sistema proporcional é um mérito do Brasil, porque é um sistema que permite com que o partido mais votado seja bem representado, seja na Câmara de Vereadores, na Câmara Estadual, ou na Câmara Federal”, comentou ele, em entrevista ao repórter da Rádio 730, Frederico Jotabê.
“O partido que é menos votado também tem direito à sua representação, mesmo que seja representação menor, porque teve menos votos”, lembrou Rubens Otoni. O petista criticou a proposta do voto “distritão”, que seria um voto majoritário para vereadores e deputados. “O distritão praticamente acabaria com os partidos políticos, porque cada candidato, independente da proporção que o partido tivesse, independente da força do partido, seria eleito pelos seus próprios votos”, avaliou o deputado.
“Eu acho que isso não é bom pra democracia, pra democracia é importante você fortalecer os partidos políticos, fortalecer o debate de ideias, de propostas, e diminuir a força do poder econômico, a força do individualismo, e a força do personalismo que o voto chamado distritão traz pro debate da reforma política, que eu vejo que é nocivo”, complementou.
Voto distrital puro
A deputada Iris Araújo (PMDB) defende o voto distrital puro, ou seja, em que as regiões sejam divididas em distritos e cada eleitor escolha, de forma majoritária, apenas um representante. A peemedebista acredita que esse sistema aproxima mais o eleitor de seus representantes nos Legislativos.
“Realmente eu acho que o benefício é grande porque cria uma condição de interação entre o candidato e a comunidade a que ele está circunscrito. No atual sistema nós temos ouvido que pesquisas e mais pesquisas estão sendo feitas dando conta que logo após a eleição se você perguntar pro eleitor em quem ele votou, ele já não sabe quem foi”, comentou.
O deputado Almeida Lima (PMDB-SE) também criticou o sistema de voto proporcional. Entretanto, ao invés de indicar um sistema que seja mais viável, o parlamentar defendeu a realização de um plebiscito para aprovar as mudanças na reforma política.