A cautela do governador Ronaldo Caiado (DEM) diante de novo ataque do presidente Jair Bolsonaro aos govenadores, como havia feito em março de 2020, e a dificuldade de prefeitos de tomarem medidas de contenção à covid-19 são os temas deste episódio do PodFalar.
De norte a sul do país, cidades e Estados adotaram medidas de isolamento social para frear o crescimento de casos de Covid-19 e evitar colapsos no sistema de saúde. Toques de recolher e restrições de circulação em alguns horários, fechamento do comércio de atividades não essenciais e proibição de acesso a parques e praias são algumas das medidas.
No domingo (28) o presidente Jair Bolsonaro lançou a sua versão para essa nova fase de caos que respinga em sua imagem. Sua estratégia é convencer a opinião pública de que a culpa crise não é sua, mas dos governadores e dos prefeitos. Estratégias que ele e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, repetiram em seus discursos na inauguração do terminal e do trecho de 172 km da Ferrovia Norte-Sul, em São Simão (GO), na quinta-feira (4).
Especialista em transferir responsabilidades e em construir narrativas falsas, desta vez o presidente voltou a deixar seus aliados em saia justa, caso do governador Ronaldo Caiado. Em março do ano passado, o governador rompeu com ele por muito menos, mas agora evitou o confronto.
Em meio a este clima político, os prefeitos parecem baratas-tontas com o avanço da covid. Na terça-feira de carnaval o prefeito Rogério Cruz disse em entrevista à Sagres 730 que não aprovava restrições na economia para conter o coronavírus. Dez dias depois, em 26 de fevereiro, ele se juntou ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, e decretou o isolamento social. Nesta segunda-feira (1º), também em entrevista à Sagres, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, desconversou sobre paralisar as atividades econômicas. Mas a realidade se impôs três dias depois.
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