A Prefeitura de Goiânia pode perder R$ 485 milhões dos R$ 780 milhões contratados junto à Caixa. Boa parte do recurso é para ser aplicada na reconstrução de cerca de 630 km de ruas e avenidas na cidade.

Na última segunda-feira (5), o ex-secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Agenor Mariano apresentou ofício da Caixa com uma recusa da instituição sobre pedido de aditivo para estender o prazo dos contratos.

De acordo com o ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia, Alessandro Melo, Goiânia ainda não solicitou R$ 337 milhões, além de outros R$ 148 milhões que estão em caixa e podem ser retidos com a paralisação das obras.

“Não tem faturamento não vai gastar R$ 148 milhões que estão na conta, somados aos R$ 337 milhões, muito provavelmente o contrato se encerra em Goiânia, utilizando menos da metade dos recursos que foram disponibilizados e mais grave, as obras ficam sem ter suporte financeiro a partir de junho, caso nada aconteça”, disse Alessandro.

Alessandro Melo ressaltou que a paralisação das obras pode agravar a situação, pois não há faturamento, ou seja, o recurso não está sendo usado. O cronograma foi alterado em virtude da pandemia, as obras tiveram ritmo mais lento. Houve pedido de prorrogação junto à Caixa e a Secretaria do Tesouro Nacional.

“Se não for desembolsado até o final de maio não poderá ser mais. Temos hoje R$ 337 milhões não desembolsados, ou seja, a prefeitura nem recebeu ainda. Provavelmente nós nem vamos receber, estamos em abril e temos até o final de maio para pedir o recurso. Mas a gente tem R$ 148 milhões em conta do que foi pedido em janeiro, que pedimos R$ 200 milhões em janeiro para dar continuidade nas obras, gastamos R$ 52 milhões e ficaram R$ 148 milhões. Muito provavelmente não vai gastar R$ 148 milhões até o final de maio, agora ainda mais que as obras estão paradas. Parou não tem faturamento”, relatou.

A atual administração informou que o contrato firmado tem validade de 24 meses e termina em novembro de 2021. A gestão destacou que não há riscos de continuidade dos projetos.

Caixa

Alessandro Melo relatou que a gestão de Iris deixou R$ 400 milhões para a administração de Rogério Cruz. Prestação de contas está prevista para o próximo dia 12.  Emedebistas veem a questão como segurança para se resguardarem de eventuais críticas da atual gestão.

“A gestão do Iris deixou praticamente R$ 400 milhões em caixa, isso será apresentado na prestação de contas que será apresentada em 12 de abril, será mostrado em documentos já publicados no Diário Oficial em torno de R$ 400 milhões e dívida em torno de R$ 80 milhões, restos de pagar processados que não temos como pagar dentro do ano, contas que ainda iriam vencer”, disse Alessandro Melo.