A vacinação contra a Covid-19 em Goiás tem tido baixa procura nos últimos dias. Em Goiânia, o secretário de Saúde do município, Durval Pedroso, contou, em entrevista à Sagres, que a cidade chegou a vacinar 20 mil pessoas em único dia e que, hoje, não costuma passar de 7 mil doses diárias administradas. Ainda, assim, a capital não tem mais quantitativo de vacinas para aplicação da 1ª dose.

“Hoje a quantidade de vacinas que tem para D1 é mínima, somente para trabalhadores da saúde. Não existe vacina em primeira dose para grupo além desses. Nós temos ainda para vacinação da segunda dose. E temos a expectativa da chegada de doses hoje ainda”.

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Vale ressaltar que o Estado de Goiás recebeu, nesta quarta-feira (26), mais 189 mil doses da vacina da AstraZeneca para aplicação da primeira dose. A remessa será conferida na Central Estadual de Rede de Frio e, posteriormente, distribuída para todas as 18 Regionais de Saúde.

O secretário explicou que após a destinação das vacinas para Goiânia, é feita contagem e identificação do lote, que demora um tempo mínimo para ser realizado. “Assim que recebermos essas doses, faremos o processo o mais ágil e rápido possível para que amanhã mesmo essas doses já possam estar disponíveis para a população”.

A prefeitura de Goiânia estimou que a cidade tem cerca de 120 mil pessoas pertencentes ao grupo de comorbidades, porém, não é possível computar quantas se imunizaram no primeiro grupo, dos idosos. Por isso, Durval contou que a baixa procura pode ser em função do fim do grupo atual, considerando que 80 mil pessoas com comorbidades foram vacinadas.

Em função disso a Secretaria Municipal de Saúde trabalha com a expectativa de avançar no Plano Nacional de Imunização (PNI). “Com a chegada desse novo lote já deve ser possível iniciar a fase de vacinação nos profissionais da educação”.

Um detalhe importante, segundo secretário, é que a campanha segue para novas fases, mas as pessoas que constam nos grupos anteriores continuam podendo se vacinar.

Assim como dito em entrevista coletiva nesta terça-feira (25), Durval voltou a relatar as dificuldades da prefeitura em função da falta de planejamento do governo federal. “Essa é uma campanha totalmente atípica. Nunca se fez uma campanha de vacinação em que não pudesse se ter o mínimo de planejamento. Nós temos três tipos de vacinas, não sabemos quando que elas chegam, em qual quantidade e os grupos vão se modificando de forma contínua”.

Medidas restritivas

Com tendência de aumento de casos em Goiânia, o prefeito Rogério Cruz não descartou a retomada de medidas restritivas em entrevista concedida ontem (25). Porém, na mesma noite, o decreto com medidas mais brandas foi estendido por mais sete dias.

O titular da SMS explicou que essa prorrogação ocorreu porque, no momento, a Secretaria não tem dados concretos sobre o avanço da Covid-19 em Goiás. “Por isso solicitamos que essa decisão fosse feita com uma jornada de tempo menor para que, se necessário, nós possamos comunicar o executivo para que ele possa tomar alguma medida de caráter restritivo ou não”, explicou Durval que ainda contou que acredita que a tendência de alta é fruto de um “repique da segunda onda”.