O povo goiano ainda guarda muita saudade e quando escuta a famosa vinheta dele na Rádio 730, se vê parado frente ao rádio com a certeza de ouvir sinceridade pura que se transforma em polêmica. Jorge Kajuru, que é seguido por milhares de goianos e que também guarda todo esse povo no coração, foi o convidado especial da Hora do Esporte desta quinta-feira, dia 14 de setembro, na RÁDIO 730. Na pauta, muita saudade, lembranças de um passado de sucesso, com a antiga Rádio K do Brasil, e toda a corrida rotina de um dos jornalistas mais respeitados do país.


Confira a entrevista, na íntegra, de Jorge Kajuru durante a Hora do Esporte (14/09/11)

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Como o comentário é capaz de parar a cidade, não faltou verdade ao citar o momento atual dos três clubes goianos que representam o estado na Série A e Série B. Sobre o Goiás, Kajuru foi enfático ao afirmar que esse time não conquista o acesso e que só conseguirá se reerguer caso o atual presidente, Hailé Pinheiro, deixe o clube.

“Eu estou longe, porém não estou ausente. Eu acompanho o futebol goiano pelo meu amor ao povo de Goiás e principalmente, pelas torcidas goianas. O Goiás vai continuar na 2° divisão, esse time do Goiás não sobe, não volta e era obrigatório o retorno do Goiás a elite, até porque o dinheiro que o Goiás ganha da Rede Globo é de 1ª Divisão. O Goiás só tem uma solução: a saída dos Pinheiros. Tem que, imediatamente, entender que chegou a hora da família Pinheiro dar um tempo”, disparou

“A família Pinheiro, durante todo o tempo dentro do Goiás, obteve mais virtudes do que defeitos e quem ignorar isso é imbecil, ignorante. Mas, tá na hora da família Pinheiro mostrar que ama tanto o Goiás que ela é capaz de renunciar. Não é renunciar para voltar Raimundo Queiroz, porque aí é palhaçada. A questão moral da família Pinheiro é intocável, ela nunca tirou um centavo do Goiás, muito pelo contrário. Se renunciar hoje, acho que daqui um tempo o Goiás pode ser até campeão brasileiro”, preveu.

Sobre o Tigre colorado, Kajuru revelou muita tristeza por não entender como um time de massa e apaixonante anda tão descuidado e com alguns dirigentes que se aproveitam do clube. O jornalista acredita ser necessário uma revolução no clube para fazer o time escapar da Série C e, a partir daí, tentar dirigentes mais profissionais e que amam o Vila para fazer o clube atingir o lugar que merece.

“Tudo que eu mais sonhei na minha vida era ter ficado rico para ser presidente do Vila Nova. Não porque gosto mais do Vila, de forma alguma, mas porque não tem cabimento um time da força do Vila Nova e de sua torcida, tão apaixonante como ela é, continuar sofrendo desse jeito. Assim como eu falei que o Goiás não sobe, eu falo que o Vila vai para a 3º Divisão do jeito que tá e se for, não volta mais para a Segundona. Tem que ter uma sacudida de 360 graus, violenta”, recomendou.

“O Vila chegou a achar que o Jair Rabelo ia salvar o clube. Eu cai da cadeira, não é possível que não mudou a mentalidade do futebol goiano? Ou se junta quem ama o Vila Nova ou não se junta e apenas um cara sozinho que tenha condições de fazer isso, que aí ele vai ficar na história do Vila. Mais do que isso, é entrar e não permitir que nenhum verme, que nenhum picareta volte a pisar no estádio. Deveria se proibir a entrada de ex-dirigente e gente que ainda está no Vila, e que é um câncer na história do clube”, afirmou.

O Atlético foi o único que mereceu os aplausos de Jorge Kajuru, que relevou que o clube rubro-negro é o modelo a ser seguido no futebol goiano. O Dragão conta com a torcida de Kajuru, que entende que o time tem seguido um bom caminho, contado com uma boa administração e que, mais uma vez, vai se segurar na Série A ao fim da temporada.

“Felizmente, não dá para discutir que hoje é o exemplo do futebol goiano. Eu não sou amigo do Valdivino, pelo contrário, não vou com a cara dele, já fiz duras criticas a ele, agora eu não sou cego e insensível, foi ele que levantou esse time. Eu me sinto honrado hoje de ter assinado uma vez, uma ficha de conselheiro desse clube. Goiás e Vila Nova, vergonhosamente, tem que se calar diante da supremacia do Atlético. Ninguém poderia imaginar um Goiás inferior ao Atlético em todos os sentidos. Vai continuar na 1° Divisão, não será rebaixado”, assegurou.

O tom mais crítico de Kajuru é ao comentar a Copa do Mundo que será realizada no Brasil em 2014 e tudo que está sendo gasto pela CBF e pelo Governo Federal. Recuperando uma reportagem publicada pela portal UOL, onde o jornalista teria dito que torceria pela queda do Brasil, Kajuru explicou que entende ser o único meio para tirar Ricardo Teixeira do comando da CBF. Além disso, demonstrou preocupação com o ritmo de obras e preparação, mas acima de tudo, com os gastos superfaturados e o desconhecimento da sociedade.

“Eu vou torcer contra o Brasil na Copa 2014 porque acho que é a única maneira do Ricardo Teixeira ser linchado do futebol. Eu acho que chegou o fim dele, não é possível que esse cara vai continuar comandando o futebol brasileiro, manter uma dinastia de 60 anos entre o João Havelange, ele e a próxima candidata, que é a filha dele, a Joana Teixeira. Só existe essa maneira do Ricardo Teixeira ser banido do futebol, eu quero um “Maracanazzo 2”, em uma Brasil 0 x 2 Argentina, com gol do Messi”, destacou.

“Faltam menos de três anos para começar a Copa, faltam 12 estádio, falta uma Seleção, falta um técnico, falta transporte urbano, falta água, falta esgoto, falta aeroporto, a única coisa que não falta é hotel, o resto falta tudo. Só que não se disputa Copa do Mundo em hotel, então eu estou preocupado, realmente. Que vai sediar, vai, porque foi tudo negociado e a Fifa vai ganhar aqui 1,5 bilhão e nem imposto ela vai pagar”, ressaltou.