As alegações de Jair Bolsonaro (PL) na última semana sobre gastos cartões corporativos da presidência vão render mais elementos de investigação incluídos no processo de auditoria enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Isso porque, de acordo com o autor do pedido de apuração, deputado federal Elias Vaz (PSB/GO), o presidente mentiu ao afirmar que o alto valor é em decorrência de despesas das viagens que faz com sua comitiva. Depois de pedir agilidade ao ministro do TCU, Antonio Anastasia, o parlamentar goiano vai acrescentar nesta semana novas informações à petição.
“O presidente tem alegado que o gasto do cartão é alto porque precisa viajar com comitiva, com guarda-costas. Bolsonaro usa lorotas para justificar o injustificável. A verdade é que os gastos dessa comitiva não são computados no cartão da presidência e sim nos cartões da Abin ou do GSI”, diz o deputado. Em conversa com apoiadores, o presidente reconheceu os valores, mas tentou justificar. “Meu gasto é grande, sim. Amanhã e quarta eu vou gastar uns 300 mil no cartão corporativo, com duas viagens ao Nordeste. Quase tudo aqui é financiado com cartão corporativo. Eu posso ir ao Nordeste com dois seguranças? Não, eu tenho que ir com 50”, afirmou aos militantes.
“Combustível, alimentação do pessoal, pedágio”, citou o presidente. Segundo Elias Vaz, somados, os cartões da presidência, da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional ultrapassam a marca de R$52, 9 milhões de reais. “Cai por terra essa explicação fajuta de ter que bancar guardacostas”, avalia. De acordo com dados da transparência do próprio governo, a presidência gastou mais de R$ 4,5 milhões com diárias destinadas a militares que integraram as comitivas de Bolsonaro e do vice-presidente, Hamilton Mourão.

Funcionamento
As despesas, segundo aponta o deputado Elias Vaz, não são pagas com cartão corporativo, já que o próprio agente realiza o pedido e a prestação de contas pelo Sistema de Concessão de Diárias e Passagens do Governo Federal (SCDP) e recebe o dinheiro em sua conta bancária.
Complemento
O deputado avisa que vai encaminhar o relatório ao TCU, nesta semana, complementando pedido apresentado para que a auditoria nos gastos do cartão corporativo seja concluída com urgência. A Câmara Federal aprovou o pedido de auditoria no ano passado.

Modelo nacional
O Consórcio São Simão Saneamento, formado por Orbis (80%) e Vital Engenharia Ambiental (20%), venceu o leilão pela concessão de saneamento básico em São Simão, em Goiás. O grupo ofereceu um desconto na tarifa de 7,31% , superando a proposta do consórcio Clear São Simão, seu único concorrente na licitação.
Inclusão
O grupo vai assumir o contrato de 35 anos, que prevê cerca de R$ 50 milhões de investimentos. A principal obra será a implantação de um aterro sanitário na cidade, cuja destinação de lixo hoje é inadequada. Trata-se de um projeto pequeno, já que o município tem cerca de 20 mil habitantes, mas a operação é considerada complexa, por conta do modelo inovador, que combina os serviços de água, esgoto e resíduos sólidos.

Avanço
Depois de considerar conversas com pelo menos cinco partidos, além do PL, o deputado federal Vitor Hugo (PSL) deve mesmo encaminhar filiação ao Partido Liberal. A troca é articulada junto à direção nacional da sigla, sem aval, por enquanto, do comando regional.
Sibéria
É que o esfriamento da relação de Gustavo Mendanha com a base bolsonarista alcançou temperaturas ainda mais baixas e Vitor Hugo caminha para ser o candidato do presidente ao governo de Goiás.